Putin diz a Trump que irá rever posição após suposto ataque ucraniano

 

foto: Aleksey Nikolskyi/Reuters 

O governo russo informou que o presidente Vladimir Putin comunicou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (29), que Moscou poderá reavaliar sua postura nas tratativas diplomáticas para encerrar o conflito com a Ucrânia. A sinalização ocorreu após autoridades russas alegarem que um ataque com drones, atribuído às forças ucranianas, teria atingido uma área residencial ligada à presidência russa, no norte do país.

De acordo com o Kremlin, o episódio teria elevado o nível de tensão no diálogo internacional e influenciado diretamente o posicionamento da Rússia nas conversas sobre um possível acordo de paz. O governo de Moscou sustenta que a ação representaria uma escalada grave do conflito, atingindo símbolos institucionais do Estado russo.

Kiev, no entanto, negou de forma categórica a versão apresentada pela Rússia. Autoridades ucranianas classificaram as acusações como infundadas e afirmaram que Moscou estaria utilizando o suposto ataque como justificativa para endurecer sua postura diplomática e enfraquecer o avanço das negociações. Para o governo ucraniano, a narrativa russa busca criar instabilidade política e desviar o foco das discussões sobre o cessar-fogo.

O assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, confirmou que Putin e Trump mantiveram uma conversa telefônica ao longo do dia. Segundo ele, o líder russo foi atualizado pelo presidente norte-americano e por membros de alto escalão do governo dos Estados Unidos sobre os contatos em andamento com representantes da Ucrânia e de países aliados.

Durante a conversa, Putin relatou a Trump detalhes do que Moscou descreve como um ataque coordenado com drones contra uma residência de uso presidencial. Ainda segundo Ushakov, o presidente russo afirmou que o episódio levou o governo a reconsiderar sua estratégia nas negociações, avaliando possíveis impactos sobre a segurança nacional e o andamento do processo diplomático.

Até o momento, não houve confirmação independente sobre o suposto ataque, nem detalhes técnicos divulgados que comprovem a autoria da ação. O episódio adiciona mais um elemento de incerteza ao cenário internacional, que já vinha sendo marcado por dificuldades para avançar em um acordo que ponha fim ao conflito iniciado em 2022.