Autoridades da Ucrânia informaram, nesta quarta-feira, a adoção de apagões emergenciais em diversas áreas do país após uma nova onda de ataques russos com mísseis e drones direcionados a instalações estratégicas. Diante da escalada, a Força Aérea da Polônia mobilizou caças para reforçar a vigilância do seu espaço aéreo.
De acordo com o Ministério da Energia ucraniano, as ofensivas voltaram a atingir o sistema energético nacional, tornando necessária a interrupção temporária do fornecimento elétrico em várias regiões. A declaração foi divulgada por meio do Telegram.
A empresa responsável pela rede elétrica do país, Ukrenergo, confirmou que se tratou de uma ação de grande proporção envolvendo projéteis e veículos aéreos não tripulados. A companhia informou ainda que as equipes técnicas iniciarão os reparos assim que houver condições mínimas de segurança. Até o momento, não há informações sobre feridos ou mortos.
Na noite de segunda-feira (22), representantes locais da cidade de Odessa, no sul do país, relataram que drones russos atingiram estruturas portuárias e causaram danos a um navio civil. A área do Mar Negro, considerada estratégica, tem sido alvo de ataques cada vez mais frequentes nas últimas semanas.
Passados quase quatro anos desde o início da invasão em larga escala, a Ucrânia segue enfrentando bombardeios praticamente diários. As ações russas concentram-se, sobretudo, em infraestruturas de energia, especialmente durante o período de inverno.
Os cortes recentes coincidem com uma onda de frio intenso, com temperaturas próximas ou abaixo de zero em grande parte do território ucraniano. Por volta das 6h30, todo o país encontrava-se sob alerta aéreo, conforme dados divulgados por autoridades locais.
Durante a madrugada, o Exército ucraniano emitiu diversos avisos sobre a presença de drones e mísseis de cruzeiro em diferentes regiões, inclusive no oeste do país, distante da linha de frente do conflito.
Em comunicado publicado na rede social X, o Exército polonês informou que aeronaves polonesas e de países aliados foram colocadas em prontidão e deslocadas preventivamente, em resposta aos ataques registrados no território ucraniano. Medidas semelhantes são adotadas sempre que ofensivas ocorrem em áreas próximas à fronteira com a Polônia.
Os novos bombardeios acontecem um dia após a morte do general russo Fanil Sarvarov, vítima da explosão de seu veículo em Moscou. O caso representa o terceiro assassinato suspeito de um oficial russo de alta patente em pouco mais de um ano. As autoridades de Kiev não se pronunciaram sobre o episódio.
Os ataques também coincidem com um momento de intensificação das tentativas diplomáticas para encerrar o conflito, impulsionadas pela pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar de uma nova rodada de encontros realizados em Miami no último fim de semana, ainda não houve avanços concretos.
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