O Site Focus.jor apurou com exclusividade alguns fatos dos bastidores do maior negócio já feito por uma empresa cearense e um dos maiores do setor de planos de saúde no Brasil. No Caso, a compra do grupo paulista São Francisco pelo cearense Hapvida. Numa concorrência bilionária que envolvia gigantes como a Intermédica e a Amil, a Hapvida pagou praticamente à vista o valor de R$ 5 bilhões.
Era projeto do Hapvida entrar no mercado do Sudeste desde que a empresa fez seu IPO em abril do ano passado. A mira parecia óbvia: o grupo São Francisco era o rei dos planos de saúde do rico interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, zonas aonde prospera o agronegócio brasileiro.
As negociações duraram quatro meses. Pouco para um negócio com dimensão bilionária e com multinacionais interessadas na compra. O Hapvida ganhou não apenas por ter bancado um valor significativo. Pesou também a agilidade nas negociações e as facilidades no pós-venda, ponto sempre muito complexo quando envolve multinacionais.
Outro fator preponderante: uma compra pela Amil, por exemplo, poderia sofrer fortes obstáculos junto ao Cade. Afinal, o órgão responsável por garantir a concorrência poderia avaliar que a Amil estava grande demais para abocanhar mais essa fatia do mercado.
O site Brazil Journal relata que a Intermédica era a favorita por já ter muita experiência e negócios naquela parte da geografia brasileira. A Hapvida foi assessorada pelo BTG Pactual e pela Riza Capital. Goldman Sachs e Astoria Capital Partners assessoraram o Grupo São Francisco.
As negociações foram mantidas m segredo. A notícia iria sair somente após o encerramento dos negócios da Bovespa, mas o fato vazou. O Hapvida foi então obrigado a pedia à Bolsa a suspensão dos negócios com seus papéis e publicar o fato relevante quando o pregão ainda estava em pleno andamento, no início da tarde desta terça-feira, 07.
O fato é que uma empresa genuinamente cearense, fundada pelo médico oncologista Cândido Pinheiro, um estudioso da formação das famílias cearenses e sua origem judaico-cristã, se torna a líder de um mercado extremamente competitivo no Brasil.
O Hapvida começou há pouco mais de 40 anos, na esquina da 13 de maio com Aguanambi (ainda não existia aquele feio viaduto), como uma clínica. Em pouco tempo, se tornou hospital e hoje é um grande grupo com mais de três milhões de clientes.
Há pouco mais de um ano, fui conversar com o senhor Cândido. Nada de negócios. Queria eu conhecer melhor seus estudos das raízes de muitos sobrenomes que saíram de Portugal para habitar o sertão cearense. Sua simplicidade se mantém intacta.
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