Segundo o órgão, sete cidades possuem risco considerado muito alto e 54 têm risco alto de registrarem novos casos da doença caso o vírus volte a circular no Ceará. Outras 67 apresentam médio risco e 56 possuem baixas chances de voltarem a ser afetadas pelo sarampo.
A análise leva em conta indicadores relacionados à qualidade do programa de imunização e da vigilância epidemiológica, como a taxa de abandono entre as duas doses da vacina contra a infecção, e características intrínsecas dos municípios, como densidade populacional e presença de zonas vulneráveis. A estrutura organizacional para resposta na rede de saúde pública também é avaliada a partir de dados sobre a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e também dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Conforme explica a coordenadora de Vigilância e Saúde da Sesa, Daniele Queiroz, o Ceará foi o único estado do País cuja cobertura vacinal contra o sarampo atingiu, no ano passado, a meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. O grande alcance da imunização garante maior proteção da população contra um novo surto. No entanto, aspectos próprios de determinados municípios, a exemplo do nível de urbanização e de adensamento populacional, são favoráveis à proliferação do vírus.
"Esses estudos começaram a ser realizados depois da epidemia e servem para nortear as ações do período seguinte. Como nós não temos sarampo, não podemos avaliar o resultado da vigilância pelos casos. Por isso, utilizamos esses indicadores", afirma Daniele. "Municípios com alta taxa de urbanização têm maior risco, assim como os de maior densidade demográfica, porque a aglomeração de pessoas aumenta o risco de disseminação caso o vírus chegue", completa a coordenadora.
A Sesa fez visitas técnicas a 48 municípios com classificação de risco entre alto e muito alto para planejar estratégias de vacinação de públicos mais vulneráveis. A campanha de imunização de 2018 contra a doença terá início no próximo dia 6. Daniele Queiroz destaca que a vacinação é a medida mais eficaz para evitar a reintrodução do vírus e o surgimento de novos casos. A cobertura de 95% do público-alvo, segundo a coordenadora da Sesa, assegura que o vírus não volte a circular no Estado.
Para atingir a meta, contudo, é preciso combater a taxa de abandono vacinal. Por se tratar de uma imunização com duas doses, é comum que parte da população inicie o esquema vacinal, mas não o finalize. "A estratégia que será lançada em agosto é justamente para corrigir qualquer falha que exista na cobertura vacinal. É a oportunidade de colocar em dia a caderneta de vacinação de crianças de 1 ano até menores de 5 anos e de adultos", afirma Daniele.
A coordenadora ressalta que a vacinação contra o sarampo também abrange a população de 12 a 49 anos de idade. Pessoas na faixa etária de 12 a 29 anos precisam receber duas doses da vacina para serem consideradas protegidas contra o sarampo. Já aquelas com idade entre 30 e 49 anos precisam apenas de uma dose.
Fonte: Diario do Nordeste
Via Cariré em Revista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário