sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Marqueteiro diz que conta secreta era "poupança" para aposentadoria



O marqueteiro João Santana, preso na Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava Jato, afirmou à Polícia Federal, em depoimento nesta quinta-feira, 25, que a conta secreta que ele tem na Suíça era mantida como uma “poupança” para sua “aposentadoria”.

Ele afirmou à PF que abriu a conta da Shellbill quando iniciou sua carreira internacional em 1998, nas eleições na Argentina.

Santana e a mulher, Mônica Moura, são suspeitos de terem recebido pelo menos US$ 7,5 milhões por meio da conta em nome da offshore Shellbill Finance SA. A Odebrecht, por meio de offshores controladas por ela, e o operador de propinas ligado ao estaleiro holandês Keppel Fels, Zwi Skornicki, fizeram os depósitos.

Segundo registro da PF, o publicitário disse que não sabe quem são os beneficiários e que acreditava que a offshore era ligada à empresa Polis Argentina – que ele declarou ser dono apenas em 2015. O marqueteiro soube que a conta não era vinculada à empresa argentina em recente auditoria.

Criador das campanhas eleitorais do casal, João Santana explicou que é sua mulher e sócia, Mônica Moura, que cuida da área financeira e administrativa dos negócios. A conta, segundo o marqueteiro, foi aberta por intermédio de um representante no Uruguai, por indicação de um amigo argentino.

Santana diz não ter como esclarecer a origem dos valores que entraram na conta da Shelbill, nem o destino do dinheiro. “Mônica é responsável pelas movimentações na referida conta.”

No Brasil, os dois foram os marqueteiros das últimas três campanhas presidenciais do PT, Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006). Fora do Brasil, participavam até domingo da campanha na República Dominicana, mas atuaram em Angola, no Panamá, na Venezuela.

“(Santana) acredita que que a conta passou a receber maior volume de recursos nos anos de 2011/2012 quando o declarante atuou nas três campanhas presidenciais no exterior”. A campanha de Angola teria custado US$ 50 milhões, “não se recordando da República Dominicana do custo das campanhas na República Dominicana e na Venezuela”, diz o relatório do depoimento.

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