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O deputado Cláudio Pinho (PDT) criticou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (03/12), o pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 27 de novembro, e apontou os impactos negativos que o conjunto de medidas está causando, como a disparada no dólar, passando do patamar de R$ 6.
Na avaliação do parlamentar, “o pacote anunciado pelo ministro Haddad tem causado um destroço na economia nacional”, diante das incertezas apontadas pelo mercado financeiro. Segundo ele, a alta do dólar encarece os mais diversos produtos e impacta diretamente a vida dos brasileiros, sobretudo dos mais pobres. “Vai subir a cesta básica, vai subir o combustível, a energia, a internet. As pessoas vão ter que desembolsar mais para comprar menos. Essa realidade me preocupa, e precisamos debater como essas políticas vão impactar o nosso povo”, ressaltou.
Cláudio Pinho observou também que, se a população mais pobre é a mais prejudicada, os cearenses estarão entre os mais impactados. Conforme ele, o Ceará é o 24° estado do Brasil com famílias vivendo abaixo da linha da pobreza e o 21° estado mais desigual. “É isso que temos que diminuir e acabar. Mas com o dólar nas alturas, tudo ficará mais caro e difícil”, enfatizou.
O parlamentar avaliou ainda como “bonita” a ida do governador Elmano e do prefeito de Fortaleza eleito, Evandro Leitão, a Brasília para conversar com a bancada cearense atrás de recursos e cobrou que os deputados estaduais cearenses tenham acesso às emendas impositivas. “Infelizmente, aqui no nosso Estado, os prefeitos não vêm a esta Casa conversar com os parlamentares e com as lideranças pedir emendas impositivas porque nós não temos isso, para disponibilizar para os municípios e fazer com que as obras e os serviços públicos possam melhorar no Ceará”, pontuou.
Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (MDB) destacou a falta de planejamento do pacote de medidas. “Isso foi anunciado um dia antes de o Brasil emitir os papéis de venda futura. Olha a desorganização. Não consigo entender. Acho que ali o Haddad cavou a própria cova. Olhei aqui e o dólar continua aumentando. A preocupação é com a farinha que entra no Brasil, no pãozinho que vai para a casa do cidadão, pois são alimentos que têm como referência o dólar”, enfatizou.
Já o deputado De Assis Diniz (PT) criticou a atual gestão do Banco Central pela elevação da taxa de juros. “Esse mesmo presidente do BC, durante o Governo Bolsonaro, fez 127 intervenções para conter a alta do dólar. Sabe quantas intervenções ele fez para conter a alta do dólar hoje? Zero. O Banco Central não pode lavar as mãos com a taxa de juros elevadíssima, com o dólar lá em cima. Quem paga essa conta é a classe trabalhadora”, constatou.
O deputado Sargento Reginauro (União), também em aparte, criticou a gestão do Partido dos Trabalhadores no Ceará. “O PT adora gastança, terceirizar a culpa e não faz o dever de casa. Em dez anos de PT no Ceará, é o estado com maior desigualdade social, a pobreza extrema crescente, com pessoas que dependem mais de programas sociais do que com carteira assinada. Muito fácil botar a culpa no Banco Central”, disse.
*ALECE
Por Gleydson Silva
Edição; Vandecy Dourado
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