O presidente da comissão e requerente do debate, deputado Queiroz Filho (PDT) informou que irá a Brasília e que, atendendo a sugestão do deputado Renato Roseno (Psol), vai solicitar da bancada cearense que direcione emendas para as universidades e Institutos Federais que estão no Ceará, para diminuir os efeitos do corte de gastos do Governo Federal.
Queiroz e Roseno também estabeleceram para o dia 9 de julho a realização de uma audiência pública para debater a situação das universidades estaduais e irão discutir a possibilidade de elaboração de uma emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA) para garantir mais recursos às instituições.
Para o deputado Queiroz Filho, apesar do tema ser uma pauta de decisão em âmbito Federal, é importante criar espaços em esfera estadual para esclarecer a sociedade. Ele questionou as declarações do ministro da Educação e lembrou que o início da crise se deu com o corte de recursos em três universidades, com alegação de que haveria "balbúrdia" nessas instituições. Depois, o corte se generalizou e atingiu todas as instituições federais de ensino superior.
Queiroz Filho também ressaltou declarações do ministro tentando justificar menores investimentos nos cursos de Ciências Humanas. "Por que corte se os cursos de Humanas são os mais baratos? Não faz sentido dizer que é questão de economia de gastos", concluiu. O professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), David Moreno, lembrou que congelamento de gastos por 20 anos, promovido pelo governo Michel Temer, também foi um ataque à Educação. "Tudo isso faz parte de um projeto de desmonte da educação brasileira. Os ataques vêm se aprofundando", enfatizou. Ele informou que os cortes do IFCE, na ordem de R$ 34 milhões, inviabilizam o funcionamento da instituição a partir de agosto. O professor sugeriu a criação de uma Fórum Permanente de Defesa das Ciências Humanas no Ceará.
Para o secretario executivo do Ensino Médio e Profissional da Secretaria de Educação do Estado, Rogers Mendes, é preciso pensar a educação básica e universitária não como concorrentes de gastos, mas como um único sistema fortalecido, integrado e inclusivo. "Não é suficiente discutir quantidade de aulas. Precisamos debater o projeto de educação do País", concluiu.
O presidente da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Filosofia, Adriano Correia, declarou que a Filosofia busca a sabedoria e a defesa dessa ciência é a defesa da emancipação. "A história da filosofia é marcada pela perseguição não só neste momento. Por isso, não causa surpresa ter que defender a filosofia no ensino", pontuou. Adriano Correia acredita que governo federal pretende direcionar o ensino médio apenas para preparar mão de obra, e não para os jovens chegarem às universidades. Também estiveram presentes à reunião o ex-deputado Antônio Carlos; o representantes da Apeoc, Mauricio Silva; o professor de Filosofia Eduardo Braga; a professora titular do departamento de Ciências Sociais da UFC, Irlys Barreira; e o professor doutor da UFC, Odilio Alves.
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