sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Danilo Forte fala sobre denúncias que envolvem o presidente da Câmara



O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) falou nesta quinta-feira, 20, a diversos repórteres dos mais variados meios de comunicação do País em entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A peça acusatória contra parlamentar fluminense foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) às 13 horas pelo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista falou à imprensa por volta das 12 horas. Na oportunidade, Danilo afirma que devem ser respeitadas todas as garantias constitucionais do direito à defesa. Entretanto, o parlamentar cearense não esconde que o momento vivido pelo Parlamento é de angústia e que exige esclarecimentos.

Abaixo segue a íntegra da entrevista coletiva que o deputado Danilo Forte concedeu sobre o assunto.

Repórter: O que você acha de como vai vir esta denúncia, o que está esperando disso? Como está o clima?

Danilo Forte: O clima de angústia diante de um fato de que ninguém tem o conhecimento do que é, a gravidade do que se apresenta, nem o tamanho do custo que isso causará tanto ao presidente da Casa, como à instituição. Tem que separar as coisas. Mas temos que ter a consciência do cumprimento do Estado democrático de direito, tem que ser dado o devido processo legal, o direito ao contraditório, a defesa ampla do acusado, no caso se vier com o nosso presidente tendo o direito de se defender e, ao mesmo tempo, com os procedimentos legais que precisam ser tomados por uma luta de todos os brasileiros da Constituição de 88 que garante na sua cláusula pétrea o direito a defesa. Por outro lado, há um clima político de suspeição muito grande diante de um processo que ninguém tem acesso a ele e que somente materializado após a denúncia se poderá arguir a veracidade, ou não, dos fatos e a condenação, ou não, dos envolvidos.

Repórter: Fica fragilizada a presidência aqui da Casa caso ele seja denunciado ainda hoje?
Danilo Forte: Sem sombra de dúvida fica ruim. Não é um ambiente saudável, não é um ambiente de normalidade. É lógico que atingido por uma denúncia dessa gravidade, lógico que o presidente terá que buscar um recondicionamento, buscar esclarecer para nós internamente dentro da bancada como um militante do PMDB, deputado do PMDB, líder nosso que foi, tem colocado com muita segurança a inocência dele. A não correlação dos fatos com o que está sendo dito pela imprensa do tamanho que está sendo exalado pela imprensa com relação ao papel dele em toda esta história. E no primeiro momento é tarefa nossa a presunção da inocência. Enquanto você não se tiver os fatos com clareza e não tiver, inclusive, a determinante coligação dele no envolvimento destes fatos, ninguém pode condenar previamente. Até porque seria uma irresponsabilidade. Da mesma forma não se pode agir com revanchismo nem dentro de uma postura de desequilíbrio do ponto de vista emocional. Tem que ter muita segurança, muita firmeza, também para que a gente possa ter clareza da arguição e no contraponto.

Repórter: Então a bancada (do PMDB) já tirou um posicionamento para a permanência dele na presidência?

Danilo Forte: Não, não tem uma posição de bancada. Agora eu acho que enquanto não for dado o direito amplo de defesa e não houver um julgamento de que haja de fato com a incriminação, ele terá todo o direito de se manter no cargo até que seja esclarecido todos os fatos. Porque se não, você está julgando antes de ter, inclusive, o direito ao contraditório.

Repórter: Mas vai ser complicado, não é, ele ter esse equilíbrio?

Danilo Forte: Numa Casa política sem sombras de dúvidas isso tem que ser avaliado. E eu tenho certeza que ele tem a grandeza e a dimensão de fazer a avaliação das condições políticas com relação a isso. Porque se for só ilação de um delator condenado, isso pode se prever. Se tiver fatos reais de comprovações reais, ele também terá que arbitrar diante dos fatos a necessidade ou não da correlação à altura que ele precisa ter, o tamanho que ele precisa ter, de presidente de um poder e dar continuidade, ou não, a sua tarefa para qual ele foi eleito.


Confira o Áudio:

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