quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Subtenente vai de vilão a mocinho após 3 semanas de investigação por morte de filho envenenado


Francilewdo e Cristiane tinham dois filhos; o mais velho, de 9 anos, morreu envenenado (FOTO: Reprodução/Facebook)
Desde o início do mês de novembro, a morte do filho de um subtenente do Exército envenenado com ‘chumbinho’, que aconteceu em Fortaleza no dia 11, vem chamando a atenção nacional. Os principais suspeitos do crime são o casal Francilewdo Bezerra e Cristiane Coelho. Com o desenrolar da investigação, acompanhada diariamente pelo Tribuna do Ceará, aos poucos a suspeita da polícia recaiu do pai para a mãe.

Internado no Hospital Geral do Exército, inconsciente e sem poder apresentar sua versão dos fatos, o militar inicialmente foi considerado culpado pelo crime, sendo autuado em flagrante por homicídio, lesão corporal e violência doméstica, com base em acusação da esposa. O time de futebol americano cujo subtenente é membro, Ceará Caçadores, chegou a divulgar nota lamentando o ocorrido e demonstrando surpresa com a atitude do militar.

Três semanas depois do início das investigações, uma reviravolta na investigação veio à tona. O subtenente passou de ‘vilão’ a ‘mocinho’. O depoimento dele – que retomou a consciência e já foi liberado da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)–confrontou a versão exposta por Cristiane.

De acordo com o advogado do militar, Walmir Medeiros, o depoimento foi convincente e lógico. “Todos sabemos que ele não é culpado, temos certeza absoluta. Agora é só partir para o final do inquérito e pedir a prisão de quem tem que estar preso. Já não havia dúvida, agora que não existe mais dúvida mesmo”, defende.

O delegado do 16º Distrito Policial, responsável pelo caso, Wilder Brito, admitiu que a esposa do militar pode ser a verdadeira autora do crime. “Para a polícia, aquela condição que ela tinha de vítima foi invertida. Ela passa a ser uma suspeita em potencial, pode vir a ter cometido o crime. Temos outras hipóteses a trabalhar”, afirma.

Algumas dúvidas ainda pairam no ar, como quem comprou o chumbinho ou quem publicou o texto no Facebook do subtenente admitindo a autoria do crime. Celulares, HD externo e notebook do casal estão sendo analisados pela polícia, mas ainda não há prazo determinado para a resolução da questão.

Relembre as matérias do caso pelo Tribuna do Ceará:

12 de novembro – Subtenente é suspeito de matar filho autista, agredir esposa e anunciar crimes no Facebook

13 de novembro – Subtenente suspeito de matar filho e agredir esposa continua em estado grave no hospital

15 de novembro – Polícia quer ouvir mulher de subtenente do Exército suspeito de matar o filho envenenado

19 de novembro – Filho autista de subtenente do Exército ingeriu “chumbinho”, aponta laudo

19 de novembro – Esposa de militar do Exército suspeito de matar o filho nega traição que seria estopim do caso

21 de novembro – Militar suspeito de matar filho sai do coma, mas ainda não tem condições de prestar depoimento

21 de novembro –
Delegado quer saber quem comprou chumbinho usado para matar o filho de militar do Exército

24 de novembro – Amigo duvida que subtenente tenha sido o autor da morte do filho autista

24 de novembro – Com melhora de subtenente, delegado aguarda depoimento até o fim da semana

25 de novembro – Subtenente fica chocado ao acordar do coma e saber que é acusado do assassinato do filho

26 de novembro – Delegado estuda fazer reconstituição do caso de subtenente acusado pela mulher de matar o filho

27 de novembro – Delegado desconfia que uma terceira pessoa tenha assassinado filho de subtenente do Exército

28 de novembro Subtenente suspeito de matar filho será ouvido pela polícia mesmo na UTI

29 de novembro – Subtenente nega acusações e seu advogado acusa esposa de assassinar o filho para culpar militar

2 de dezembro – Delegado considera esposa de subtenente uma “suspeita em potencial” da morte do filho

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