Moradores do bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio, relataram momentos de pânico vividos na madrugada desta terça-feira (30), quando uma adutora de água se rompeu e inundou a região.
A cozinheira Irenilde Pereira da Silva, 37, estava na sua casa com quatro pessoas e sua filha, de cinco meses. Uma parede da casa e o telhado foram destruídos pela força das águas.
"Acordei com um estrondo. Achei que era chuva. Mas logo depois percebi o que estava acontecendo. Fui correndo pegar a minha filha, que chorava muito, assustada", disse.
Irenilde afirma que um amigo que estava na sua casa conseguiu resgatar a bebê e a levou para a casa de uma vizinha."Ela estava completamente molhada. O clima em geral é muito ruim por aqui", afirmou.
A casa fica a dois quarteirões de onde ocorreu o rompimento da adutora.
O motorista Jorge Luiz Carvalho disse que a parede de sua casa foi arrastada pela força da água. Ele ficou com o filho por mais de duas horas na água até ser resgatado, e não escondia a revolta com os técnicos da Cedae. "Fiquei lutando por duas horas para salvar a minha família", disse, aos gritos. "Vocês destruíram a minha casa", afirmou, apontando para um funcionário da empresa.
Segundo a Cedae, as famílias serão ressarcidas e ficarão hospedadas em hotéis próximos até terem suas casas reconstruídas.
O rompimento da adutora matou uma criança de três anos e deixou 14 feridos, 70 desalojados, 72 desabrigados, 17 casas destruídas e outras 16 casas atingidas.
Cabral confirma que Cedae custeará novas casas
"Queria prestar minha solidariedade sobretudo à família que perdeu uma criança. Não há perda material que equivalha à vida de uma criança." Quem perdeu utensílios e eletrodomésticos também será ressarcido, ele disse. A causa do rompimento, segundo Cabral, será apurada por uma perícia externa. Cabral falou na escola municipal Casimiro de Abreu, que fica perto do local alagado, mas não foi diretamente ao ponto onde os moradores estavam.
Dessa forma, evitou protestos das famílias afetadas contra ele e a Cedae. Depois que saiu, numa van, junto com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), moradores protestaram contra a presença dos dois. Eles foram chamados de "sem-vergonha" e "cara de pau" enquanto a van partia.
O governador foi perguntado pela reportagem sobre o pedido, feito nesta segunda-feira 29, para que manifestantes deixassem de protestar em sua porta, no Leblon, mas se esquivou. Novas manifestações já estão convocadas. O prefeito disse que um primo da menina que morreu, Isabela Severo da Silva, trabalha na prefeitura, e que toda ajuda será dada às famílias.
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