segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Artigo de Odorico Monteiro para Jornal O Estado: Desafios da saúde em 2015

No processo de organização do Sistema Único de Saúde, o Ceará é um dos estados que mais avançou no Brasil. A experiência da regionalização e a construção de respostas como a Estratégia de Saúde da Família e a organização regional dos consórcios tornam o Estado referência para o País.

Entretanto, para a próxima gestão que começa em 2015, muitos desafios precisam ser superados. Vivemos um quadro de envelhecimento acelerado, que requer cuidados e estrutura específica. Há também a crescente urbanização e outras questões sociais que geram uma epidemia de violência e acidentes de trânsito.

A necessidade crescente de incorporação de tecnologias e a gestão solidária dessas questões, por meio de uma sólida base interfederativa, é o grande desafio.

Tivemos o maior investimento em infraestrutura da história do Estado. São três hospitais regionais, aproximadamente 1.200 novos leitos, 22 policlínicas com 13 especialidades médicas, 18 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e 24 Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs)

A estrutura, porém, tem que ser acompanhada de processos para gerar resultados. Encontrar uma solução para a questão do financiamento na saúde é imprescindível.

O governo federal precisa aumentar os repasses para o custeio dos hospitais e financiar também as Policlínicas e Hospitais de Pequeno Porte dos municípios-polo, para aumentar a cobertura.

Estarei pessoalmente empenhado, no Congresso Nacional, em discutir uma fonte estável de financiamento para a saúde, que necessariamente passa pela criação de uma Contribuição Social. Mas não basta aumentar o recurso, é preciso que venha acompanhada de um Plano Decenal. Nosso sistema é referência para o mundo, ao garantir o acesso integral e universal, sem catraca, à saúde. Mas tem que ter capacidade de dialogar com a sociedade.

Um dos passos mais importantes neste diálogo é a garantia de financiamento perene, com processos organizados em um plano decenal, priorizando a chamada fila cega; aquela em que o cidadão entra e não sabe quando vai sair. Que possamos trabalhar todos juntos em 2015. Governo, Parlamento e sociedade na busca e gestão das soluções, para que, de fato, o SUS seja um sistema generoso, tal como foi concebido.

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