fotos: Marina Filgueiras - Ascom SRH
O Cinturão das Águas do Ceará (CAC) atingiu 91% de avanço físico e segue em ritmo intenso para finalização, programada para junho de 2026. Reconhecida como a maior iniciativa estadual de transferência de água do Brasil, a obra resulta da parceria entre o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, e o Governo do Estado do Ceará, sendo considerada estratégica para o fortalecimento da segurança hídrica no Nordeste.
Nesta quinta-feira (18), representantes do Sistema de Recursos Hídricos estiveram no Lote 03, em Barbalha, para acompanhar o progresso das intervenções durante uma visita técnica acompanhada por coletiva de imprensa. O secretário dos Recursos Hídricos, Fernando Santana, destacou que o ritmo acima do esperado comprova o comprometimento da gestão estadual. Segundo ele, a previsão inicial era encerrar o ano com 85% da obra concluída, mas o índice já chegou a 91%. Para o secretário, isso evidencia a prioridade dada pelo governador Elmano de Freitas à segurança hídrica. Durante a visita, prefeitos e jornalistas puderam observar os sistemas em funcionamento, que já passam por testes e devem ser oficialmente inaugurados no próximo ano.
Integração das águas e garantia para o Cariri
Com 145,3 quilômetros de extensão, o CAC é formado por canais abertos, sifões e túneis que transportam a água captada na Barragem de Jati, no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), até as nascentes do rio Cariús, em Nova Olinda, na região do Cariri.
Após sua conclusão, o empreendimento será fundamental para assegurar o abastecimento hídrico do Cariri, a segunda região mais populosa e uma das mais relevantes economicamente no Ceará. A prioridade do sistema é o consumo humano, seguido pelas necessidades da indústria, do turismo, da dessedentação animal e da agricultura irrigada.
A área diretamente atendida envolve 24 municípios, alcançando cerca de 561 mil pessoas. O CAC também possui papel essencial na integração hídrica estadual, podendo reforçar o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) por meio da conexão com o Eixão das Águas, beneficiando mais de 5 milhões de habitantes. O Trecho Emergencial já está disponível para essa finalidade.
Andamento dos lotes
O projeto está dividido em cinco lotes. Os Lotes 1, 2 e 5 já foram concluídos. O Lote 3, que interliga Barbalha, Juazeiro do Norte e Crato, apresenta 86% de execução. Já o Lote 4, que vai do Crato a Nova Olinda, alcançou 70% de avanço, com término previsto para outubro de 2025. De forma geral, a obra mantém um percentual próximo de 90% de execução, com entrega total estimada para junho de 2026.
Recursos aplicados e impacto econômico
O investimento total no Cinturão das Águas gira em torno de R$ 800 milhões, considerando os recursos dos governos estadual e federal. Somente os Lotes 3 e 4 somam R$ 1,084 bilhão, sendo R$ 319 milhões aplicados no Lote 3 e R$ 765,9 milhões no Lote 4.
Além da relevância hídrica, a obra impulsiona a economia local, gerando mais de 1.500 empregos diretos e mobilizando cerca de 500 equipamentos, fortalecendo cadeias produtivas e estimulando o desenvolvimento do interior cearense.
Gestão futura do sistema
Com a finalização completa do CAC, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) assumirá a operação, manutenção e fiscalização da infraestrutura, além do controle do volume de água bruta fornecido mensalmente pela operadora federal.
Um legado para as próximas gerações
Previsto para ser totalmente entregue em junho de 2026, o Cinturão das Águas do Ceará se firma como um dos maiores marcos da política hídrica estadual. O projeto amplia a confiabilidade no abastecimento, impulsiona o crescimento regional e assegura água para milhões de cearenses, tanto no presente quanto no futuro.
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