O governador Camilo Santana tenta esconder do povo cearense a guerra que ameaça eclodir entre os bandidos que controlam o tráfico no Estado. Um desinformado secretário de Segurança, Delci Teixeira, foi surpreendido com a união entre a gangue de Fortaleza Guardiões do Estado com a facção carioca Comando Vermelho para combater o Primeiro Comando da Capital(PCC), que é paulista e assim assumir o controle total do comércio das drogas que movimentaria cerca de R$ 50 milhões por mês.
A ordem dada pelo governador Camilo Santana ao secretário Delci Teixeira é negar a existência da união dos Guardiões com o CV e também a presença do PCC no Ceará. Qualquer delegado da Polícia Civil ou oficial da Polícia Militar que conceder entrevista a qualquer veículo de comunicação será exemplarmente punido. Ninguém dentro da Polícia seja a Civil ou Militar teve a coragem de contestar a determinação de Camilo.
Apesar de oficialmente Camilo negar a existência do PCC em Fortaleza, a facção tem no Ceará 120 filiados. O chefe da facção no Estado é o "Irmão Alê". Desse grupo, 51 estão presos nas penitenciárias e 59 soltos comandando o tráfico em diversos bairros da Capital cearense e também em municípios da região metropolitana como Eusébio e Itaitinga. O PCC continua tentando se expandir por toda Fortaleza. Para barrar a expansão do PCC, os "Guardiões do Estado" e o Comando Vermelho formaram uma única organização criminosa.
Fortaleza caminha para ser uma cidade dominada pelo crime com a omissão completa do poder público. O secretário de Segurança Pública, Delci Teixeira, se mantém calado. Hoje, pelo menos, oito regiões de Fortaleza já foram dominadas por líderes do Comando Vermelho (RJ)/Guardiões do Estado e do Primeiro Comando da Capital, o PCC (SP).
O avanço do domínio das facções na cidade tem trazido medo e inquietação nestas comunidades. Somente nesta semana, pelos menos, três carreatas com muito barulho e fogos de artifício foram registradas em Fortaleza em comemoração à aliança entre grupos então rivais na “guerra” pelo domínio do tráfico.
Gangues antes rivais, agora se aliaram para atuarem juntas sob o comando de traficantes membros das organizações criminosas do Sudeste. Em troca de uma “pacificação” dessas áreas, os bandidos locais estão recebendo a “proteção” das facções. Isto significa mais dinheiro, armas de grosso calibre como fuzis e metralhadoras e veículos. Em compensação, os grupos firmaram o compromisso de acabar com os assassinatos. O pacto passou a ser chamado de “união pela paz”.
Nesta semana, foram registradas carreatas e fogos de artifício nos bairros Varjota, Tancredo Neves e no Mucuripe, com dezenas de veículos em comboios, muita gritaria e fogos comemorando a “união” das quadrilhas. Nos panfletos distribuídos pregando a paz há até a participação de políticos e comerciantes que financiam o tráfico em importantes bairros da Capital. O mais grave é que nem a Polícia Civil nem a Militar estão investigando nada, pois a orientação do governador Camilo Santana é desconhecer a presença do PCC e do Comando Vermelho no Ceará.
No bairro Conjunto Palmeira, é possível constatar em muros vistosos grafites exaltando tanto os Guardiões do Estado quanto o Comando Vermelho(CV) sem que os donos dos muros dessas residências venham a sofrer qualquer conseqüência, pois a Segurança Pública está paralisada diante da proibição dada por Camilo de não admitir a presença das facções criminosas no Estado. Nas redes sociais, os integrantes das gangues espalham que “juntos somos mais fortes”.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) silencia sobre o fato.
Veja agora as áreas onde houve união dos grupos criminosos:
BARRA DO CEARÁ – Estão unidas quadrilhas das comunidades do Gueto, Morro de São Tiago (Goiabeiras), Colônia
PIRAMBU – Se uniram gangues da Praça do Abel, Caldeirão e Colônia
PRAIA DO FUTURO – União das gangues das favelas do Caroço e dos Cocos
TANCREDO NEVES – União das gangues das favelas Cinquentinha, Brooklim e do Conjunto Tasso Jereissati
SAPIRANGA – A primeira a unir gangues em torno de um comando único de uma facção. Uniram-se as gangues da Piçarreira, Muro Alto e Sapiranga
VILA VELHA – Teriam se unido, ainda no ano passado, e selado um pacto pela paz as gangues dos Gafanhotos e V-3. Este pacto já teria sido rompido recentemente e novos assassinatos voltaram a ocorrer na área.
MUCURIPE – Teriam se unido quadrilhas armadas que antes agiam isoladas e em conflitos constantes nas favelas dos Índios (Via Expressa), Lagoa do Coração, das Barreiras (Via Expressa), Saporé (Via Expressa), Conjunto Santa Terezinha, Varjota, das Placas e Verdes Mares.
DIONÍSIO TORRES – União de gangues das Quadras (de Santa Cecília) e do Trilho
Por FERNANDO RIBEIRO
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