Ao menos sete pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas em um acidente envolvendo um trem na tarde deste domingo (24) em São José do Rio Preto (438 Km de São Paulo).
O trem, da ALL (América Latina Logística), estava carregado com milho e passava pelo bairro Jardim Conceição, próximo ao centro da cidade, quando descarrilou e um dos nove vagões atingiu quatro casas.
O Corpo de Bombeiros permanecia até o início da noite deste domingo no local à procura de sobreviventes. Duas pessoas estavam desaparecidas.
Entre as vítimas fatais há uma criança de três anos.
Segundo a assessoria de imprensa da ALL, diretores da empresa viajaram nesta noite para Rio Preto. Informou também que a empresa está "dando prioridade ao atendimento e suporte às vítimas".
Inicialmente, um assessor disse que se tratava do maior acidente envolvendo trens da empresa. Depois, horas mais tarde, a assessoria recuou e disse que não era possível fazer essa afirmação porque não havia um levantamento sobre as ocorrências envolvendo composições da ALL.
O delegado Hélio Fernandes dos Reis, que conduz as investigações sobre o acidente, diz que pediu exames para saber se o maquinista estava embriagado. Ele também solicitou a apreensão do computador de bordo da locomotiva para averiguar a velocidade de tráfego no momento do incidente.
Na área urbana, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.
Em nota, a ALL diz que "lamenta profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vítimas."
Informou ainda que a velocidade dos trens é controlada por satélite e que a composição transitava dentro dos limites permitidos. "As causas do acidente serão investigadas por meio de uma sindicância", citou a empresa.
POLÊMICA
Alternativas para resolver o problema da circulação de trens de carga em área urbana já vêm sendo discutidas há anos na cidade.
A ALL argumenta que estudos comprovam a segurança de tráfego nesses trechos em área urbana, mas em 2009 ela foi condenada a pagar multa no valor de R$ 615 mil por descumprir um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público sete anos antes.
Em 2002, em menos de três meses, duas composições descarrilaram no trecho urbano, o que motivou a ação da Promotoria.
O TAC previa a implantação de um plano de gerenciamento de riscos e para atendimento de emergências. O plano foi apresentado pela ALL, mas não obteve aprovação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Na época, a empresa recorreu da decisão, mas a ação foi julgada improcedente. Agora, a ALL terá de pagar a multa corrigida, de R$ 1 milhão.
O Ministério Público acordou que a empresa reverta esse valor na compra de equipamentos de segurança para a Cetesb, Defesa Civil, Polícia Ambiental e Bombeiros.
A ALL tem dois meses para cumprir a decisão, publicada há 15 dias.
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