O cigarro pode provocar desde mudanças no ciclo reprodutivo a alterações hormonais e diminuição nas taxas de sucesso em tratamento de reprodução assistida. Mulheres que fumam mais de 20 cigarros por dia têm quase quatro vezes mais chances de terem uma gravidez ectópica, que ocorre fora da cavidade uterina. Nos homens, o fumo pode provocar redução na densidade, mobilidade e morfologia dos espermatozoides, além de alterar os sistemas de defesa dos gametas contra a oxidação.
“Poucos meses de fumo podem provocar mutações em óvulos e espermatozoides. No caso da mulher, basta um mês de fumo para que haja possíveis efeitos sobre o ciclo. Nos homens, esse tempo sobe para três meses, já que a produção de espermatozoides é mais lenta”, explica a médica Silvana Chedid, especialista em reprodução humana e diretora do Instituto Valenciano de Infertilidade em São Paulo.
Segundo Silvana, estudos mostram que um casal de fumantes que queira engravidar tem de cinco a dez vezes mais chances de ter problemas de infertilidade. Já a combinação entre tabaco, cafeína e obesidade é ainda mais prejudicial e pode diminuir em 30% a probabilidade de se ter um filho.
De acordo com a vice-diretora da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Mônica Andreis, apesar de existir uma maior divulgação sobre os males do tabagismo, muitas pessoas ainda não associam o fumo a todos os tipos de doenças que ele pode provocar:
“São mais de 50 doenças relacionadas ao uso do tabaco ou à exposição à fumaça. Além do impacto emocional e social para o fumante e sua família, o custo com tratamentos dessas doenças chega a R$ 21 bilhões por ano no Brasil”.
Para ela, iniciativas no sentido de ampliar a conscientização sobre as doenças causadas ou agravadas pelo fumo podem ser feitas não só através das imagens de advertência, mas também por meio de programas educativos e adoção de políticas públicas de controle do tabagismo.
“As imagens de advertência colocadas nos maços de cigarros são renovadas periodicamente e algumas delas abordaram efeitos relacionados ao sistema reprodutor, como a disfunção erétil ou impotência nos homens e risco de aborto espontâneo ou parto prematuro em mulheres gestantes. Mas, alguns outros riscos, como a infertilidade e menopausa precoce, são ainda pouco conhecidos pela população”.
FONTE: OPINIÃO E NOTICIA.
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