Hoje com 55 anos, Bill Gates foi aliado e adversário de Steve Jobs durante mais de três décadas de atuação na área de tecnologia. As vidas dos executivos se cruzaram inicialmente no fim dos anos 1970, quando ambos criaram suas empresas (a Apple, em 1976, e a Microsoft, em 1975).
Até meados dos anos 1980, a relação entre Jobs e Gates era de colaboração. A Apple estava focada em produzir computadores e sua principal rival era a IBM. A Microsoft produzia um sistema operacional para computadores da IBM (o MS-DOS), mas também desenvolvia programas como processadores de texto e planilha para computadores da Apple. Programas como Word, Excel e Works ajudaram a vender computadores da Apple nos anos 1980.
A relação entre as empresas era tão amistosa que, 1983, Bill Gates chegou a participar de um bem-humorado quadro de “namoro com a Apple”, comandado por Steve Jobs. Neste evento, Gates afirmava que, no ano seguinte, metade da receita da Microsoft viria da venda de programas para computadores da Apple.
Vídeo de 1983 mostra Bill Gates e Steve Jobs em evento da Apple
Windows azedou relação entre empresas
Apple e Microsoft ficaram em campos opostos pela primeira vez no fim dos anos 1980. O lançamento do Windows, sistema da Microsoft com interface gráfica, levou a Apple a processar a empresa de Gates, em 1988.
A Apple alegava que as convenções de uso do Windows (ícones, uso do mouse para arrastar e soltar objetos, entre outras) haviam
sido copiadas do Lisa e do Macintosh, computadores lançados pela Apple em 1983 e 1984. Jobs havia deixado a Apple em 1985, mas rumores deram conta de que ele não teria ficado satisfeito ao ver muitos dos princípios do Macintosh “copiados” pelo rival.
O processo só chegou ao seis anos depois, com derrota da Apple. Durante esse tempo, a empresa viu sua fatia de mercado diminuir consideravelmente. Já a Microsoft só cresceu, pois seu sistema Windows rodava não só em PCs da IBM, mas também de outros fabricantes, como HP e Compaq.
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Com volta de Jobs à Apple, parceria é retomada
Em 1997, a Apple era uma empresa em dificuldades financeiras e com uma participação pequena no mercado de PCs. Foi nesse cenário que Steve Jobs retornou ao comando da empresa e, em uma de suas primeiras medidas como CEO, anunciou um acordo com a Microsoft.
Jobs foi vaiado ao anunciar a parceria, em um evento da Apple em outubro de 1997, mas insistiu que velhas rivalidades teriam que ser deixadas de lado para que a Apple tivesse um futuro melhor. Participando por meio de videoconferência, Bill Gates também ouviu vaias da plateia ao surgir no telão do evento.
Com a parceria, a Microsoft investiu US$ 150 milhões em ações da Apple e renovou seu compromisso em continuar desenvolvendo programas para o Macintosh, entre eles o popular pacote Office. Pendências relativas a patentes também foram resolvidas com o acordo.
A parceria entre as duas empresas na área de computadores continua até hoje, com a Microsoft sendo uma das principais fornecedoras de software para Macintosh.
iPod, iPhone e iPad
No início dos anos 2000, Jobs começou ampliar as áreas de negócio da Apple, e a Microsoft foi uma das principais prejudicadas. Lançado no início dos anos 2000, o iPod rapidamente dominou o mercado de tocadores de MP3.
Com o lançamento da loja de música iTunes, em 2003, a Apple ganhou também o mercado de venda de música na internet. A Microsoft só entrou no mercado de tocadores de MP3 com o Zune, lançado em 2006. Mas o aparelho nunca emplacou e foi "aposentado" há cerca de uma semana.
Em 2007, nova aposta certeira de Jobs contra Gates. O iPhone revolucionou o mercado de smartphones e tornou obsoletos os sistemas populares naquela época, incluindo o Windows Mobile. A Microsoft levou três anos para lançar um software mais moderno para smartphones, o Windows Phone. O sistema foi lançado no fim de 2010 e tem uma fatia pequena do mercado, bem menor do que a do iPhone.
Em 2010, com o lançamento do iPad, Steve Jobs criou uma nova categoria de produtos, os tablets. Novamente, a Microsoft, presidida por Steve Ballmer (Gates havia deixado a empresa em 2008 para se dedicar à filantropia), foi pega de calças curtas.
O Windows 7, sistema mais moderno da empresa, não funcionava bem em tablets, o que deixou a Microsoft praticamente fora desse mercado (com poucas exceções de aparelhos voltados para o mercado corporativo). A resposta da Microsoft virá com o Windows 8, já projetado para rodar em tablets, mas o sistema só deve chegar às lojas no fim de 2012. Até lá, a Apple terá um bom tempo para aprimorar seu iPad, que já domina o mercado de tablets.
FONTE: Portal IG.COM
FONTE: Portal IG.COM
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