quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Governador do Ceará reforça apoio a Cid e Eunício para o Senado apesar de oposições de Ciro e do PT




Durante palestra de Camilo em evento de adesão, Cid e Eunício ocuparam as pontas da primeira fila, separados apenas por um corredor.

Os tuítes da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, negando qualquer apoio à reeleição de Eunício Oliveira para o Senado não surtiram efeito nas demonstrações de força do governador Camilo Santana (PT) em apoiar o emedebista. Durante evento de adesão na noite da segunda-feira (30), Camilo teve a companhia do ex-governador Cid Gomes (PDT) e do presidente do Senado. A ação reforça a articulação em prol de aliança informal com o ex-adversário.

Tanto Camilo como Cid têm tentado tratar como natural ou não polemizar o apoio ao senador, apesar de forças contrárias nos partidos de ambos. Ontem, a presidente do PT usou sua conta no Twitter para desmentir que Lula e Eunício trocaram cartas de apoio, informação veiculada na coluna de Lauro Jardim, do O Globo.

“Lauro Jardim faz fake news. Lula não enviou nenhuma carta de apoio à candidatura de Eunício de Oliveira ao Senado da República pelo Ceará. Nem tão pouco o PT decidiu apoiá-lo, nem o apoiará”, escreveu Gleisi.

Ainda assim, o partido definiu durante encontro de tática no sábado (28) que não vai indicar nome para o Senado e apoiará Cid Gomes. Dessa forma, com um espaço “vago” na chapa majoritária de Camilo, os integrantes da aliança têm caminho livre para pedir votos informalmente para Eunício.

Em entrevista ao site A Voz de Santa Quitéria, no domingo (29), Cid evitou polemizar sobre as alianças e reforçou o apoio mútuo entre PT e PDT.

O candidato a presidente da República Ciro Gomes (PDT) tem tratado como descartável o nome de Eunício, defendendo a indicação do presidente do PDT, André Figueiredo para a segunda vaga, o que não deve se consolidar.

No ano passado, Ciro chegou a alertar Camilo de que tomasse cuidado com “espertalhões” e questionou a mudança de opinião sobre o ex-adversário. “Como é que um dia desse aí a gente estava falando uma coisa, e no dia seguinte a gente muda completamente de opinião?”, disse Ciro.

A candidata a deputada estadual Lia Ferreira Gomes também tem dado coro ao discurso de Ciro. Em evento com produtores rurais, ela chegou a pedir boicote ao MDB. “Aqui no Ceará, pelo amor de Deus, não votem em ninguém que começa com 15, nem senador, nem presidente, nem deputado federal, nem deputado estadual. Risquem o 15 da lista de vocês”, declarou.
PT

No sábado, durante encontro de tática do PT, a ala do partido ligada a deputada federal Luizianne Lins (PT) tentou aprovar a indicação de um segundo nome do PT para o Senado. Foram derrotados.

“É muito difícil para nós apoiarmos uma candidatura que foi um dos cabeças do golpe que colocou a Dilma (Rousseff) e o PT fora do governo”, disse o senador José Pimentel, no sábado. Ele havia se colocado como pré-candidato ao Senado pelo partido, mas ficou de fora da chapa.

As forças contrárias não parecem atingir o governador. No evento da segunda-feira, Cid e Eunício ocuparam as pontas da primeira fila, separados apenas por um corredor. Ao lado de Eunício, ficaram o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ambos do PDT. No outro lado, Cid estava com a esposa, Maria Célia, e a primeira-dama, Onélia Leite. Ciro Gomes não estava presente.

O grupo político tem até o dia 5 de agosto para formalizar a candidatura de Camilo Santana à reeleição e dos demais integrantes da chapa.

Fonte: Tribuna do Ceará

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