“O governo não tem condições de mexer agora no orçamento. A orientação foi segurar para não aumentar despesas. A redução da meta é bem-vinda”, disse Nelson Marquezelli (PTB-SP). Ele defende um avanço nas negociações para votar o Projeto de Lei 7.735/14, que estabelece regras de acesso ao patrimônio genético brasileiro e tranca a pauta do plenário por tramitar em regime de urgência.
Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) salientou que a prioridade é tentar um consenso entre aliados para priorizar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta de 23,5% para 24,5% o repasse de recursos da União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Fontana também pedirá prioridade para a matéria ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), antes da reunião do Colégio de Líderes, marcada para 16h. Neste mesmo encontro, o governo tentará conseguir mais tempo para votar a PEC do Orçamento Impositivo.
“Queremos mais uma semana de negociação para os destaques, com previsão de dois aumentos de investimento em saúde. Um foi negociado no Senado, com a participação do governo, enquanto o outro é da oposição, que reivindica aumento ainda maior para a área. Todos queremos o maior possível, mas isso de ser feito passo a passo, de acordo com a possibilidade real”, explicou o líder.
Semana passada, o governo intensificou os esforços para amenizar as tensões com o Congresso. O primeiro a se reunir com o presidente da Câmara para evitar a votação de matérias que gerem despesas foi o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ele pediu cautela e informações sobre o que será votado. Dias depois, o ministro Berzoini assumiu a missão.
Enquanto os ministros negociam, as lideranças governistas descartam preocupação ou movimentação pela disputa da presidência da Câmara. No Planalto, a mensagem é de tranquilidade. Berzoini não acredita que este seja o momento de se dedicar à disputa. No Congresso, o líder Henrique Fontana tem o mesmo sentimento. O assunto ainda é precoce para ser cristalizado. É natural uma candidatura posta, que é a do Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Outras surgirão. É cedo para dizer quais serão", afirmou.
Henrique Eduardo Alves deixa o cargo em fevereiro. A escolha do novo presidente ocorrerá com a base aliada insatisfeita. Antes das eleições, os insatisfeitos começaram a se manifestar contra propostas definidas como prioritárias pelo Planalto. Recentemente, reclamaram das alianças com adversários em alguns estados.
Tradicionalmente, o cargo é ocupado pelo partido de maior bancada. Por isso, nos últimos anos o revezamento ficou entre PT e PMDB. Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha é um dos nomes cotados para disputar a presidência na próxima legislatura.
Cunha lidera um grupo informal denominado blocão. É formado por parlamentares aliados, mas insatisfeitos com as relações com o governo. Nas últimas semanas, o peemedebista tentou apoio à candidatura e à formação de bloco com maior independência em relação às votações da Câmara. Hoje (4), ele terá novo encontro para tratar da pauta e da campanha. "Para ser candidato temos de construir uma candidatura. Vou tentar isso com o máximo de partidos possíveis. Não adianta ter vontade de ser e a Casa não querer”, ressaltou.
O líder peemedebista participará do jantar que o vice-presidente da República, Michel Temer, oferecerá hoje à noite, no Palácio Jaburu, a deputados, senadores, ministros e dirigentes do PMDB. Pela manhã, assinalou que não está preocupado com reações do governo à sua candidatura. Acrescentou não acreditar que Temer utilize o jantar para tentar sua desistência. "Nossa relação não ficará abalada. Temos uma ligação de muitos anos. Perderá quem apostar que sairemos do processo brigados", concluiu.
Fonte: Agência Brasil.
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