sexta-feira, 14 de junho de 2024

Com pré-contrato assinado, FRV projeta cerca de R$ 27 bilhões em investimento para produção de hidrogênio verde no Ceará



O projeto da empresa espanhola deve gerar cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação (fases 1 e 2)

Em reunião com o governador Elmano de Freitas, nesta quarta-feira (12), no Palácio da Abolição, executivos da FRV, líder global em desenvolvimento de energia renovável, detalharam o projeto que a empresa pretende desenvolver no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A FRV, que integra a Jameel Energy, é uma das seis empresas que já assinaram pré-contratos com o Governo do Ceará para a produção de hidrogênio verde (H2V) e seus derivados no estado.

Chamado de H2 Cumbuco, o projeto consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático. A empresa estima investimento de aproximadamente R$ 27 bilhões, além da geração de cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números correspondem às fases 1 e 2 do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2GW em sua totalidade.

O projeto ainda não tinha sido anunciado por decisão estratégica da empresa. Na oportunidade, também foi assinado um memorando de entendimento entre a FRV e a Utilitas Pecém, iniciativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e PB Construções voltada a oferecer para as indústrias soluções sustentáveis e inovadoras em infraestrutura e saneamento básico.

O governador destacou o impacto do empreendimento para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “O Porto do Pecém é uma área de riqueza. Nós queremos ter desenvolvimento, mas também ter os cearenses crescendo à medida que o Porto do Pecém cresce. Fico muito animado com esse projeto da FRV, que é inovador”, afirmou Elmano de Freitas.



Além da FRV, o Estado conta com outros cinco pré-contratos assinados, com as empresas AES, Casa dos Ventos, Fortescue, Cactus e Voltalia. Até o momento, também foram assinados 37 memorandos de entendimento com empresas brasileiras e internacionais.

Felipe Hernández, diretor de Inovação da FRV, afirmou que a empresa está em um importante momento na estratégia de liderar a produção de combustíveis verdes. “Estamos entusiasmados com o potencial deste projeto para fornecer soluções energéticas limpas e competitivas, ao mesmo tempo que apoiamos o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil”, explicou.



Manuel Pavon, diretor-geral da FRV América do Sul, reforçou que as características locais tornaram o projeto no Pecém uma prioridade. “O Ceará tem um recurso renovável muito importante, porque o maior recurso solar e eólico do Brasil fica no Nordeste. A localização do Porto do Pecém, principalmente em relação à Europa e Estados Unidos, é também estrategicamente muito importante. Também toda essa etapa [de desenvolvimento] elaborada pelo Governo do Estado com o Pecém, que iniciou com muita transparência”, pontuou.



Também estiveram presentes na reunião desta quarta: a secretária de Relações Internacionais, Roseane Medeiros; o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo; o presidente da Cagece, Neuri Freitas; o presidente da Utilitas, Igor Borges; além de outros executivos da FRV.
H2 Cumbuco

A primeira fase do projeto contempla uma capacidade de 500 MW de eletrolisadores, produzindo 400 mil toneladas de amônia por ano com um investimento de R$ 7 bilhões. Na segunda fase será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.

Manuel Pavon detalhou o cronograma de construção e operação: “Seguramente a gente deve começar em 2027 a construção. Isso demoraria em torno de dois a três anos. A operação começaria mais ou menos em 2029 e 2030”, concluiu. Em relação a empregos na fase de operação, estima-se 70 na fase 1, totalizando aproximadamente 150 no final da fase 2.

Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém, falou sobre a expectativa de implementação do empreendimento. “A FRV chega para tornar nosso Hub de Hidrogênio Verde mais forte e fazer do Ceará uma referência na transição energética mundial”.

A produção, segundo a empresa, será realizada sob os rigorosos requisitos da regulamentação europeia e a um custo muito competitivo, com foco na viabilidade e sustentabilidade do projeto. O projeto utilizará energia renovável água de reuso, ou seja, águas residuais urbanas tratadas, reforçando seu caráter circular e sustentável.

Neuri Freitas, presidente da Cagece, avaliou que o memorando assinado entre FRV e Utilitas demonstra o compromisso com a economia verde. “Essa água de reuso vai gerar uma economia circular e não vai competir com o abastecimento humano. Tivemos muitas tratativas anteriores a esse momento. É um passo muito importante para Utilitas, Cagece e economia do Ceará”, disse.
Saiba mais sobre a FRV

Fundada na Espanha, em 2006, a FRV é líder global em fornecer soluções de energia limpa e renovável em todo o mundo. Tem operação em quatro continentes, com mais de 50 plantas de geração de energia. A empresa tem 2 GW em operação, 1,5 GW em construção e 24 GW em desenvolvimento. Especificamente em relação ao hidrogênio verde, a FRV está desenvolvendo projetos no mundo que somam 6 GW.

acesse: www.frv.com

A Jameel Energy foi fundada em 2012 e é agora um produtor independente líder de energia e um fornecedor de serviços de primeira linha no setor de energia renovável, com interesses em 16 países ao redor do mundo com capacidades de energia renovável, incluindo energia solar fotovoltaica, energia eólica, transformação de resíduos em energia e soluções ambientais, incluindo dessalinização, tratamento de água e águas residuais.

visite: alj.com/energy


Larissa Falcão - Ascom Casa Civil - Texto
Carlos Gibaja/Casa Civil - Fotos

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