Há oito meses em operação em Fortaleza, os Veículos Alternativos para Mobilidade (Vamo) — sistema de carros elétricos compartilhados gerido pela Prefeitura — já fizeram quase mil viagens. Só no último mês de janeiro, o sistema teve 460 novas adesões. Contudo, uma preocupação em comum dos usuários tem feito a Prefeitura avaliar mudanças: 74% deles, segundo o próprio Executivo, disseram que consideram cara a tarifa por tempo de uso.
O passe mensal custa R$ 40 para quem não tem Bilhete Único e R$ 30 para quem possui o benefício da integração. “O edital permite estudar a tarifa”, garante o engenheiro da Prefeitura Victor Macêdo, que integra o Plano de Ações Imediatas em Transporte e Trânsito (Paitt) da Secretaria da Conservação e Serviços Públicos (SCSP). Segundo Victor, o estudo da tarifa será feito já a partir dos próximos dias, quando o Município também deve investir mais na publicidade do modal.
Pessoalmente, por considerar os veículos confortáveis, com ar-condicionado e bancos de couro, a contadora Márcia Thaís Barbosa Severino, 25, não acha a tarifa cara. No entanto, admite que, para a grande maioria da população da Cidade, o preço não é tão acessível. “A gente (em casa) já teve experiência com o carro pequeno e o grande. Gostei muito. O trânsito está muito pesado, não dá pra ter tanto carro na rua. O futuro é isso: compartilhar carro, bicicleta”, avalia ela.
Com frequência, a família de Thaís utiliza o Vamo para lazer. Eles moram no Bairro de Lourdes, conhecido como Dunas, e se deslocam em veículo particular até a praça Martins Dourado, no Cocó, para pegar um veículo elétrico e ir a shoppings. Para Thaís, além de contribuir para a diminuição da poluição atmosférica, os veículos são úteis para evitar estresse com estacionamento. “A gente queria que tivesse estações no Centro e no aeroporto (Pinto Martins). É complicado estacionar lá e seria alternativa a Uber, táxi…”, sugere.
Ajustes e expansão
De acordo com o engenheiro municipal Victor Macêdo, os oito primeiros meses de operação do Vamo serviram tanto para os técnicos trabalharem em ajustes para melhorar o sistema como para os usuários compreenderem o funcionamento. Ele analisa o período: “está bem dividido ainda. Tem os (usuários) que pegam o veículo numa estação, resolvem coisas por perto e devolvem na mesma estação. E tem quem está usando para deslocamento (maior)”. Em janeiro, o tempo médio de uso para cada carro, segundo Victor, foi de duas horas e 19 minutos.
Até o fim do calendário carnavalesco — que se encerra na próxima terça-feira, 28 — a Prefeitura pretende dispor de 12 estações do Vamo. Atualmente, são nove as que já estão em operação. Restam a da Praça da Imprensa, da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Igreja de Fátima.
Patrocinadora da primeira fase de implantação do sistema, a Hapvida Saúde comemora a adesão crescente da população. “Isso reflete numa mudança de comportamento necessária para o bem da Cidade e do planeta”, diz a diretora de Comunicação e Marketing da empresa, Simone Varella. Ela avalia que o compartilhamento é “tendência natural, que faz bem, inclusive, na socialização”.
Saiba mais
O Vamo já possui quase 2 mil usuários cadastrados, sendo 500 ativos. Foram feitas cerca de 900 viagens até o último mês de janeiro, conforme pesquisa da Prefeitura.
Quatro em cada cinco usuários do sistema são homens entre 25 e 49 anos.
* O Povo Online.
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