Os açudes cearenses estão com apenas 14% de água, preocupando os agricultores. "Situação é caótica", revela secretário da Fetraece.
No 4º ano consecutivo de seca no Ceará, dos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 124 estão com volume inferior a 30% da capacidade. Desses, 36 estão abaixo de 1%, e 12 com a capacidade zerada.
Caridade é um dos municípios que mais sofrem com a estiagem, estando com o açude São Domingos em nível zero de água. O volume preocupa cada vez mais a população. "A gente tem que pegar água no poço, ou a pé ou de carro. Eu vou andando, passo 30 minutos caminhando para conseguir pegar água", conta a atendente Márcia Ponciano, moradora do Centro de Caridade.
Os açudes monitorados, cuja capacidade total é de 18,81 bilhões m³, apresentam volume de 2,74 bilhões m³, com apenas 14,6% do total. Atualmente, o volume de água das bacias está distribuído: Litoral (31,40%), Alto Jaguaribe (30,40%), Coreaú (26,32%), Metropolitana (25,61%), Serra da Ibiapaba (18,76%), Salgado (16,65%), Médio Jaguaribe (12,71%), Acaraú (10,48%), Banabuiú (3,73%), Curu (3,31%), Sertões de Crateús (1,63%) e Baixo Jaguaribe (0,88%).
As consequências vão além da falta de água para o consumo humano. Também prejudicam a agricultura e a pecuária do estado, cuja economia depende dessas áreas. Segundo o secretário de Políticas Agrícolas da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), José Francisco de Almeida, a situação segue complicada nos municípios. "As tecnologias sustentáveis, as cisternas-calçadão, estão secando também. As águas dos açudes não temos mais. A água que tínhamos para lavoura também está se exaurindo. Está ficando caótico", lamentou.
Fonte: Tribuna do Ceará.
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