sábado, 1 de dezembro de 2018

Piloto e copiloto morreram na queda de avião na Zona Norte de SP

NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADAO CONTEUDO

No momento do acidente, aeronave de pequeno porte caiu sobre casas e veículos. Além dos dois mortos, há 12 feridos

O Corpo de Bombeiros de São Paulo informou que os corpos do piloto e do copiloto foram retirados de dentro da aeronave que caiu nesta sexta-feira (30/11), na Zona Norte da capital paulista. As vítimas são Guilherme Murback e Leonardo Yamamura.

A mãe de um deles passou mal quando chegou ao local do acidente e foi socorrida por uma ambulância. O avião de caiu na Avenida Antônio Nascimento Moura.

De acordo com os bombeiros, 12 pessoas ficaram feridas no acidente. A aeronave atingiu uma casa e danificou pelo menos outras duas. O avião havia acabado de decolar do Campo de Marte, às 15h55, com destino a Jundiaí, no interior paulista, quando perdeu forças e despencou.

Entre os feridos, sete eram pedestres que passavam pelo local da queda, e cinco, pessoas que estavam dentro das casas atingidas pela aeronave. Nenhum dos feridos corre risco de morte, segundo as autoridades paulistas, e o foco do incêndio está controlado.

Desespero
O motorista de aplicativo Selmo Eugênio da Silva, 44 anos, levava um passageiro da Barra Funda, na Zona Oeste, até Santana, na Zona Norte, no momento do acidente. “Não sei como consegui escapar daquele incêndio, veio muito rápido em cima de nós”, disse.

De acordo com Silva, ele estava parado no semáforo quando foi atingido. “Pensei que um carro tinha batido atrás do meu. O passageiro saiu, passando por cima de mim. Tentei sair e não conseguia. Apertei o botão do cinto, daí saí de dentro [do veículo]”, relatou.

Silva queimou parte do braço e foi atendido no local. Agora, está preocupado com o passageiro que, segundo ele, “se queimou bastante”. “Quero o telefone dele, ligar para ele”, disse o motorista. O carro onde estavam explodiu logo depois da queda do avião.


A aeronave caiu perto de um posto de gasolina, assustando funcionários. “Vi ele passando bem baixinho e, depois, teve a explosão. Fez um barulho alto, saiu fumaça preta na hora, ficou um cheiro de queimado”, disse o frentista Francimar Tomé da Silva, 47 anos. “Teve correria para ver e tirar fotos. Tinha pessoa gritando, dizendo ‘corre, corre'”, lembrou.

O arquiteto Vainer Ragusa, 50, passava pela Brás Leme, após sair de uma consulta médica, quando viu a queda. “Estava no farol da Brás Leme, no sentido Santana. Vi que o avião levantou voo e perdeu potência, começou a baixar e caiu entre a rua e uma casa”, contou. “Estava a uns 200 metros e senti o calorão. Foi muito feio”, completou.

A estudante de moda Victória Piccinn, 19, saía do edifício de 10 andares onde mora quando o avião caiu. “Passou raspando na Torre A do Campo de Marte. Estava no celular com um amigo e falei: ‘Nossa, quase arrancou um pedaço do prédio’. Passou fazendo tanto barulho que achei que fosse um daqueles caças que fazem show”, afirmou.

Segundo ela, houve um clarão após a queda, e o avião era branco e azul. “Quando passamos aqui, já tinha muito fogo”, disse Victória.


Uma testemunha que trabalha em uma empresa localizada na Avenida Brás Leme, a duas quadras do acidente, também presenciou o momento da queda: “Vi que o avião subiu do aeroporto, fez um rasante nas árvores e caiu numa rua bem em frente [do prédio onde trabalha], atrás de um posto de gasolina”.

Segundo o economista Carneiro Filho, logo após a queda, houve uma explosão. “Explodiu, deu bastante estrondo e uma labareda bem alta.”

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 16 viaturas foram deslocadas para o local onde caiu a aeronave.

Aeroporto do Campo de Marte
O Campo de Marte, que opera com aviação geral, com voos executivos e escola de pilotagem, registrou diversos acidentes com aeronaves e helicópteros. Especialista em prevenção de acidentes, Luiz Alberto Bohrer diz que o aeroporto tem condições regulares e está dentro das normas e regras de segurança para pousos e decolagens.


“O aeroporto não é perigoso, mas há um risco maior para as casas que ficam no seu entorno. Um risco que existe em torno de qualquer aeroporto”, diz. Para o especialista, o número alto de acidentes no local pode ser explicado pelo tipo de operação.

Segundo Bohrer, a aviação comercial tem, em geral, maior fiscalização do que a aviação geral. “As exigências e a fiscalização são menores e isso dá margem para que o nível de risco se eleve. O proprietário de um avião pequeno é o responsável pela manutenção da aeronave e pela contratação de pilotos experientes que respeitem as regras de treinamento”, resumiu.

Fonte: Metrópoles

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