sábado, 8 de novembro de 2014

Preso no Ceará, líder do PCC comandava tráfico no Distrito Federal

Um homem apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que cumpre pena no Ceará por latrocínio, estaria comandando o tráfico de drogas no Distrito Federal (DF). Foi o que apontaram as investigações das Polícias Civil do DF, São Paulo, Goiás e Ceará, na Operação Tabuleiro, deflagrada com o objetivo de desarticular as ramificações dessa organização criminosa.

José Humberto da Silva, de 28 anos, mais conhecido como Trovão ou Zé Valente, é paraibano. Desde 2007, ele cumpre pena na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza. Condenado pelo homicídio de um vigilante do Banco do Brasil do município de Monsenhor Tabosa, ocorrido no mesmo ano, ele comandaria a facção ao lado de outros dois homens, que também estão presos, mas em penitenciárias paulistas.

Segundo a Polícia Civil do DF, à distância, o trio comandava a célula da facção criminosa no Distrito Federal e nas chamadas cidades do entorno, próximas a Brasília, mas no território de Goiás.

Ao todo, foram identificadas 27 pessoas ligadas à quadrilha, responsável também pelo cometimento de crimes como homicídios e roubos a instituições financeiras nos estados envolvidos pela operação. Além dos líderes, dez membros estão encarcerados em presídios do Goiás, sete estão em penitenciárias de Brasília, seis estão foragidos e um foi preso durante o cumprimento dos mandados, realizado ontem, de maneira simultânea nos três estados e no Distrito Federal.

Pacatuba

Na manhã de ontem, Trovão recebeu voz de prisão já dentro do presídio. Segundo a Polícia, a medida evita que o acusado seja solto por decisão judicial referente ao homicídio. Na ala em que ele estava preso, foram apreendidos 14 aparelhos celulares, 66 chips, além de várias anotações de contatos telefônicos, dados de contas bancárias e o controle da contabilidade da facção criminosa. Também foram recolhidos 317 gramas de cocaína, 50 gramas de crack e papelotes de maconha.

A operação foi realizada por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e Divisão Antissequestro (DAS), com o apoio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) de Brasília e do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP) da Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus).

Segundo o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Rommel Kerth, o material apreendido no Ceará será encaminhado ao DF para ser analisado pela Polícia. Conforme Kerth, todos os acusados deverão responder por organização criminosa armada, cuja pena varia de oito a 20 anos de prisão.

Apesar da presença de um de seus líderes no Ceará, o delegado ressaltou, por diversas vezes, que o PCC não tem uma célula de atuação direta no Ceará. “Não há nenhum registro significativo de que esta facção tenha alguma atividade criminosa ativa ou em desenvolvimento em nosso Estado”, frisou.

Saiba mais

O Primeiro Comando da Capital (PCC) é considerado a maior e mais organizada facção criminosa do País. Foi criado por oito presos, em 31 de agosto de 1993, durante uma partida de futebol realizada no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté (SP), que era considerada a prisão mais segura do Estado.

Além das prisões, dez contas correntes usadas pela facção foram bloqueadas. Segundo a Polícia, elas continham dinheiro arrecadado por membros de Brasília, que pagavam cerca R$ 700 por mês ao comando da facção.

A contribuição está prevista no estatuto do PCC, redigido em 1993. Disponível na Internet, o texto afirma que “aquele que estiver em liberdade ‘bem estruturado’, mas esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, será condenado à morte sem perdão”.

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