Emissora iraniana noticia lançamento de mísseis contra alvos no Iraque — Foto: Iribnews/Reprodução
Duas bases no Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas foram atingidas por mais de uma dúzia de mísseis iranianos na noite desta terça (7) - madrugada de quarta (8) no horário local -, informou o Pentágono.
A base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do país, é uma das que foram atingidas, e a outra está em Erbil, na região curda do Iraque. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis a ambas as bases.
Ainda segundo fontes de segurança do Iraque, há relatos de vítimas iraquianas, mas não há informações sobre quantas são ou se elas foram mortas ou feridas. Autoridades americanas informaram à CNN que não há relatos de vítimas dos EUA.
"Está claro que esses mísseis foram lançados do Irã", declarou o Pentágono, confirmando os ataques. "Estamos trabalhando em avaliar os danos iniciais da batalha".
Um porta-voz das forças armadas da Noruega disse à Associated Press que cerca de 70 soldados noruegueses estavam na base de Al-Asad, mas que não houve relatos de feridos. A Alemanha informou que seus soldados em Erbil estão bem. Segundo a Reuters, cerca de 115 militares alemães estão na cidade.
Imagem de vídeo da TV iraniana mostra suposto lançamento de mísseis do Irã sobre base militar americana em Al-Asad, no Iraque, na madrugada de quarta-feira (8) — Foto: AFP Photo/Islamic Republic of Iran Broadcasting
Mais cedo, uma rede estatal de TV iraniana havia informado que "dezenas de mísseis" foram lançados contra a base de Al-Asad. A agência de notícias Tasnim falou em uma "segunda rodada de ataques" pelo Irã, mas não ficou claro a quais ofensivas essa "rodada de ataques" se referia.
Segundo a rede de televisão árabe "Al Mayadeen", citada pela Reuters, helicópteros americanos estiveram presentes em ao menos um dos locais atacados, e um estado de "alerta total" foi ativado.
Bases iraquianas sofrem ataques — Foto: Cida Gonçalves/G1
A equipe do presidente Donald Trump estava se preparando para um possível pronunciamento ainda esta noite, mas, depois, a Casa Branca informou que ele não falaria. Mais cedo, a assessora de imprensa de Trump, Stephanie Grisham, informou que ele estava a par dos ataques.
"O presidente foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional", disse.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o secretário da Defesa, Mark Esper, foram à Casa Branca, segundo a rede CNN, mas já deixaram o local, junto com o vice-presidente, Mike Pence.
Vista aérea da base de Ain al-Asad, no deserto de Anbar, no Iraque, em 29 de dezembro de 2019. Base foi um dos alvos de foguetes iranianos na quarta-feira (8). — Foto: AP Photo/Nasser Nasser
Ameaças
De acordo com uma rede de TV iraniana, o ataque é parte da operação de vingança de Teerã, chamada de "Mártir Soleimani", contra a morte do general Qassem Soleimani, na semana passada, em um ataque aéreo americano no Iraque. O comandante era chefe da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana.
"Estamos alertando todos os aliados dos americanos, que deram suas bases ao seu exército terrorista, de que qualquer território que seja ponto de partida de atos agressivos contra o Irã será alvo", declarou a Guarda Revolucionária do Irã por meio da Irna, a agência de notícias oficial iraniana.
A força também alertou os Estados Unidos de que retirassem tropas da região para evitar a morte de mais soldados.
A guarda também ameaçou Israel e os Emirados Árabes. Em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram, a guarda disse que atacaria a cidade israelense de Haifa e Dubai se o território iraniano fosse atingido. A guarda disse, ainda, que, se os Estados Unidos retaliarem o ataque desta terça (7), iriam responder à ofensiva "dentro da América".
*G1
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