Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o alto índice de demissões no país, os profissionais sentem uma cobrança diária por melhores qualificações e bons resultados. Por sentirem-se pressionadas, as pessoas assumem altas cargas de trabalho para superar as expectativas das empresas, como afirma a psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira.
Segundo a especialista, esses profissionais transformam as suas vidas no trabalho e, quando não conseguem o reconhecimento esperado, perdem o estímulo para desempenhar a sua função. “Esta desmotivação advém da falta de reconhecimento, ou seja, o trabalhador obstinado, que faz de tudo para se destacar em seu emprego, se doa, procura dar o seu melhor e sua meta é ser o melhor, sua vida se torna seu trabalho. Sua obstinação é tanta que passa a medir sua autoestima pela capacidade de sucesso profissional, mas não se sente valorizado como gostaria”, explica.
Com tanto esforço, é natural que em algum momento o estresse aumente e o corpo adoeça, podendo mudar o percurso e chegar a um nível severo de depressão. “Após tanto se doar, a sua capacidade física e mental começa a ficar debilitada, cansada, com estresse em fase aguda, o que afeta a mente, o psicológico e o corpo literalmente adoece, pois toda essa situação diminui a imunidade”, afirma.
A intensidade da doença varia de acordo com a carga que cada pessoa se impõe e nas suas cobranças internas. Algumas profissões, como é o caso dos bombeiros, policiais, professores, bancários, médicos e enfermeiros, exigem mais dos trabalhadores e estão entre as que mais afetam profissional com a síndrome de Burnout. Segundo a psicóloga, as possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença, pois em alguns casos o problema pode ser resolvido com auxílio de um psicólogo e em outros é preciso tratar com medicamentos. Para diminuir os riscos, o fundamental é trabalhar em um local que proporcione satisfação.
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