sexta-feira, 17 de abril de 2020

Canadá mantém restrições na fronteira com EUA por tempo significativo

Ambulance attendants transport a resident from seniors' long-term care centre in Laval

As restrições na fronteira do Canadá com os Estados Unidos serão mantidas "por um período de tempo significativo", enquanto os dois países lutam com o surto do coronavírus, disse hoje (17), em Ottawa, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.

No mês passado, o Canadá e os Estados Unidos concordaram em conter as viagens não essenciais, mas permitir a circulação comercial ao longo da divisa entre os dois países.

"Daqui em diante se dará uma atenção especial a este relacionamento. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que ainda existe um período de tempo significativo antes de podermos falar em afrouxar tais restrições", disse Trudeau.

Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou aos repórteres que os vizinhos [canadenses] estão "indo bem", e acrescentou: "será uma das primeiras fronteiras a serem liberadas".
Economias integradas

As duas economias são altamente integradas, e permitir a manutenção do comércio evitou grandes problemas para o setor automotivo e também para o de transporte de alimentos e remédios.

Embora o governo Trudeau tenha usufruído de boas relações com a gestão Trump nos últimos 18 meses, as tensões persistem. No mês passado, o Canadá rejeitou uma proposta norte-americana de mobilização de tropas na divisa para combater a disseminação do novo coronavírus, o que levou Washington a abandonar o plano.

Ao todo, 1.193 pessoas haviam morrido em decorrência do coronavírus no Canadá até as 19h de quinta-feira (16), indicam dados publicados pela Agência Nacional de Saúde.

O número de diagnosticados com o coronavírus subiu para 30.092.

Autoridades médicas acreditam que o número de mortos estará entre 1.200 e 1.620 até a próxima terça-feira (21), disse Theresa Tam, a principal autoridade de saúde do Canadá.

Ela repetiu comentários que fez na quarta-feira (15) sobre estar cautelosamente confiante de que o surto pode estar diminuindo.

“Quando ele terminar, a economia canadense pode precisar de um par de anos para recuperar o terreno perdido por causa da doença’’, disse o presidente do Banco do Canadá, Stephen Poloz.

O governo do Canadá já anunciou mais de 110 bilhões de dólares canadenses em gastos diretos com medidas para ajudar pessoas e negócios a lidarem com os estragos econômicos.

*agenciabrasil

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