quarta-feira, 22 de julho de 2015

Danilo Forte: “Está na hora de Dilma pedir para sair”

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O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) estava em Fortaleza em pleno recesso branco quando saiu, na manhã desta terça-feira (21) a pesquisa da CNT (Confederação Nacional de Transportes) que mostrou a presidente Dilma Rousseff bem abaixo agora do volume morto, com uma popularidade de apenas 7,7%. Num grau tão baixo que arrasta tudo e todos. Pela pesquisa, o ex-presidente Lula perderia hoje as eleições para todos os tucanos que ele e o PT nocautearam nos últimos anos: os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Diante do quadro, Danilo largou o recesso e pegou o primeiro avião da tarde de volta a Brasília. Como ele, outros políticos do PMDB fizeram o mesmo. Voltaram à capital para discutir, diante do quadro, a conjuntura.

Danilo, pelo menos, embarcou com um duríssimo discurso ensaiado: “O melhor que Dilma podia fazer por nós agora era pedir para sair”, disse ele, com todas as letras. “Essa pesquisa revela uma total frustração da sociedade com o atual governo. Caso esses números se reflitam nas manifestações que estão marcadas para o dia 16 de agosto, a situação fica insustentável”, avalia ele.

Danilo é um peemedebista bem situado entre o chamado baixo clero e o alto clero do seu partido. Transita entre os deputados menos conhecidos, mas também entre a cúpula, com políticos como o vice-presidente Michel Temer, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Assim, geralmente o que ele diz é algo que já conversou tanto com a ala mais miúda de seu partido e outros grupos, como também com os medalhões. O péssimo resultado da pesquisa CNT traz de volta ao cenário uma conversa que cresceu nos bastidores políticos da capital desde a semana em que Lula esteve em Brasília para conversas com o PT e o PMDB na ausência de Dilma, que estava nos Estados Unidos. Algo que Danilo chama agora de “solução de união nacional”.


Fonte: O Povo

A gente já comentou por aqui como é difícil essa solução de sacrificar a rainha para ganhar o jogo. Necessitaria de uma conjunção não muito fácil de uma série de fatores. Não é por outra razão que ao longo das últimas semanas a ideia vai e volta. Toda vez que é discutida esbarra nos interesses particulares dos grupos: uns querendo uma saída mais rápida, outros precisando de mais tempo para se viabilizar. O final da semana, com o foco desviado para Eduardo Cunha na Operação Lava-Jato, parecia dar algum fôlego novo a Dilma. A pesquisa, aparentemente, lhe retirou novamente esse oxigênio.

Danilo embarcou para Brasília disposto a por de volta na roda a busca de uma solução com o sacrifício da rainha. “É preciso se buscar uma alternativa de governabilidade. É uma questão de responsabilidade com o país”. Para ele, a crise política afeta a economia, gerando também uma crise econômica. O país perde credibilidade, perde investimentos. “A verdade é que está todo mundo conversando com todo mundo”, diz ele, a despeito das diferenças de projetos e velocidade para as soluções. “E se há uma coisa que unifica todo mundo é o risco de um desastre”.

O que surpreende, nessa conversa de Danilo pré-embarque para Brasília, é que, pela primeira vez, há aqui um político que não é da oposição falando claramente da saída de Dilma do governo, ainda que pela via do impeachment. “Se ela saísse, facilitaria a solução. Mas, se for pela via do impeachment, há que ter critério”, diz ele. “A primeira coisa necessária é o apoio da sociedade. A segunda é a maioria política. E a terceira, a justificativa jurídica”. Danilo crê que a justificativa jurídica poderia se dar pela rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União, a partir das famosas “pedaladas fiscais”.

Para Danilo, um fator, no entanto, atrapalha agora a evolução de tal saída. É a reação agressiva de Eduardo Cunha no final da semana passada. “O Cunha se precipitou, e eu disse isso a ele”. Como presidente da Câmara, Cunha é quem recepcionaria no Congresso um eventual pedido de impeachment. “O problema agora é que tudo o que ele fizer vai parecer revanche”, comenta Danilo. “Ele, que é tão inteligente, deu uma escorregada”.

Na quarta-feira (22), quando Danilo e outros políticos estiverem em Brasília, esses e outros cenários estarão sobre a mesa. O recesso branco não durou dois dias…

Fonte: Fato Online
Por Rudolfo Lago

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