domingo, 3 de dezembro de 2017

Eunício volta a admitir aliança com Camilo e afirma: "Sou Lula"


O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), voltou a admitir a possibilidade de se aliar ao governador Camilo Santana (PT) nas eleições do próximo ano. Os dois dividiram, mais uma vez, o palanque na assinatura da ordem de serviço para a construção do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, ontem, em Limoeiro do Norte. “É uma parceria para beneficiar a população cearense. Se isso resultar em uma parceria político-eleitoral, só o tempo dirá”, disse o senador.

Do palanque, Eunício fez sinal de “L” com os dedos para o público por mais de uma vez e disse: “Eu sou Lula”. O senador também citou o ex-presidente da República durante o discurso, a quem chamou de “grande nordestino”.

Ao ser questionado sobre a aliança, Camilo continuou se esquivando ao dizer que as “eleições são assunto para o próximo ano”. Ambos mantém agenda pública pelo interior do Ceará neste fim de semana. Hoje, o senador e o governador voltam a dividir o palanque na cidade do Crato, na região do Cariri, na entrega de casas do Minha Casa, Minha Vida. Depois, seguem para Juazeiro do Norte.

“Eleição já passou. Todo mundo pode estranhar porque eu estou no mesmo palanque do senador Eunício Oliveira. Mas é porque, acima dos interesses individuais de cada um de nós, o nosso maior interesse é a população”, disse o governador durante discurso, elogiando o senador para “rapidez” na liberação de recursos para o Estado. “Eu disse: ‘Eunício, eu serei o primeiro a ir publicamente lhe agradecer pela ajuda dessa aprovação para a saúde em prol do Estado. Então, muito obrigado, senador’”.

Eunício Oliveira fez, seguidas vezes, um "L" com os dedos, em referência ao ex-presidente Lula FOTO: TATIANA FORTES

O presidente do Senado também distribuiu afagos ao governador durante o discurso e classificou o encontro como “aliança do bem”. Eunício vem sendo criticado pela oposição, em especial pelo PSDB, pela aproximação com o governador Camilo, mas não dá sinais de mudança de comportamento. “Podem achar ruim, podem achar bom, mas enquanto essa parceria tiver interesse da população eu estarei nela. Faço política com ‘p’ maiúsculo, assim como o governador Camilo Santana”, devolveu.

Aproximação


Antes aliado dos Ferreira Gomes, Eunício rompeu com o grupo nas vésperas das eleições de 2014, quando concorreu ao Governo contra Camilo Santana. Após o episódio, o senador passou a adotar discurso crítico em relação aos ex-governadores Cid e Ciro Gomes (PDT) e também a Camilo Santana. No 2º semestre deste ano, Eunício e Camilo começaram a se aproximar sempre justificando os encontros como “institucionais”, com vistas à liberação de recursos para o Estado. O senador, porém, admitiu a aliança política pela primeira vez em novembro, em evento no Palácio da Abolição.

Sobre a aproximação, Ciro Gomes declarou ao O POVO que não vê a aliança entre os dois acontecendo. Tanto o senador quanto o governador não quiseram comentar a declaração do líder do grupo Ferreira Gomes.

Bastidores


Camilo e Eunício chegaram e saíram juntos da Praça da Catedral, em Limoeiro, onde ocorreu ordem de serviço. Próximos ao presidente da AL, Zezinho Albuquerque, os dois trocaram cochichos.

Na saída, o senador Eunício Oliveira precisou esperar alguns minutos no canto da praça, enquanto o governador Camilo Santana era assediado para tirar selfies com moradores da Cidade.

Na chegada e durante o discurso, um grupo se referiu ao senador como "golpista", em referência ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).


Rômulo Costa - O Povo ONline

ENVIADO A LIMOEIRO DO NORTE

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