Abaixo, confira os cinco fatos principais que marcaram a sessão desta quinta:
01. Logo no início da sessão, aliados de Dilma Rousseff apresentaram 10 questões de ordem, o máximo permitido, mas todas foram negadas pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que preside a sessão.
02. A queda de braço para retardar ou acelerar o processo ficou evidente na sessão desta quinta. Senadores favoráveis ao impeachment acusaram aliados de Dilma de fazerem “chicana” e de “procrastinar” o andamento da sessão. A estratégia dos contrários ao impeachment tem dado certo e a sessão, que durou mais de 15 horas, ouviu apenas duas das oito testemunhas previstas. Enquanto isso, para tentar acelerar o processo, senadores do PMDB afirmaram que não devem fazer perguntas para Dilma na segunda-feira, 29, quando a petista deve ir ao Senado.
03. No momento mais tenso da sessão, a senadora Gleisi Hoffmann (PR-PT) questionou aos presentes: “Qual é a moral do Senado para julgar Dilma?”. Em resposta, Ronaldo Caiado (DEM-GO) rebateu “Eu não sou assaltante de aposentado”, fazendo referência ao marido de Gleisi e ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro mandato de Dilma, Paulo Bernardo, preso na Operação Custo Brasil. Gleisi rebateu e acusou o senador de apoiar o trabalho escravo. Durante o bate-boca, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) chegou a se aproximar de Caiado e a colocar os dedos perto de seu rosto. O senador de Goiás também falou para Lindbergh Farias (PT-RJ) fazer um exame antidoping e não ficar “cheirando”. Após o tumulto, a sessão foi suspensa por cinco minutos.
04. Após pedido da defesa, Lewandowski rebaixou o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira da condição de testemunha de acusação e o colocou como “informante”. O motivo? Oliveira compartilhou no Facebook a convocação para uma manifestação pela rejeição das contas de 2014, apresentadas pelo governo Dilma. O objetivo do protesto era pressionar ministros do tribunal a dar parecer pela reprovação do balanço, como, de fato, ocorreu. “Ele é mais parte do que testemunha”, afirmou o defensor de Dilma. Desta forma, o que ele falou não valerá como prova no processo.
05. Segundo a depor no dia, o auditor do TCU Antônio Carlos Costa D’Ávila Carvalho admitiu que discutiu com o procurador Júlio Marcelo de Oliveira a elaboração do texto da representação sobre pedaladas fiscais de 2014. O documento preparado por Oliveira serviu de base para o pedido de impeachment de Dilma Rousseff apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal. Segundo José Eduardo Cardozo, advogado da petista, a ajuda do auditor fere “independência funcional” e, por isso, vai pedir a anulação da representação feita pelo procurador.
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