terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Roberto Claudio aponta dívidas superiores a R$ 280 milhoes



Há cinco dias à frente da administração fortalezense e já a par do quadro financeiro que caíra em seu colo, o prefeito Roberto Cláudio (PSB) aponta a situação monetária deixada pela gestão Luizianne como “gravemente preocupante”. Contrariando o que mostrou o balanço financeiro apresentado pelo ex-secretário de Finanças Alexandre Cialdini, RC afirma que a Prefeitura foi assumida na última quarta-feira com dívidas que já ultrapassam o montante de R$ 282,2 milhões deixados em caixa.

Se na semana passada Cialdini afirmou que a gestão Luizianne Lins (PT) deixou apenas R$ 92 milhões de restos a pagar à atual administração, RC trazia outra versão sobre os caixas do Município na manhã de ontem. Segundo o novo prefeito, dezenas de fornecedores da antiga gestão já procuraram a nova administração nesta semana cobrando dívidas que se arrastam há meses. “Em menos de uma semana, já temos problemas muito graves diagnosticados. Aparecem dívidas que se acumulam e têm valores muito acima do suposto superavit anunciado pela antiga gestão. Mal assumimos e já estamos sendo cobrados por fornecedores que estão aparecendo diariamente nas secretarias”, queixou-se RC, em conversa com O POVO, enquanto fazia a 10ª visita aos postos de saúde da capital cearense.

De acordo com o novo prefeito, somente fornecedores da área de saúde cobram dívida atinge a cifra de R$ 150 milhões. Sozinho, o valor é superior à metade do montante deixado em caixa pela gestão Luizianne. Além dessa cobrança, há uma suposta dívida da Empresa de Limpeza Urbana (Emlurb) que já estaria acumulada em R$ 50 milhões.

Procurado pelo O POVO, o ex-secretário de Finanças, Alexandre Cialdini, esclareceu que os R$ 92 milhões de restos a pagar a que se referiu na semana passada tratavam-se apenas das dívidas empenhadas e que já foram liquidadas. “Apresentei o que manda a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas é possível que apareça uma série de outras dívidas. Caberá à nova gestão avaliar se são procedentes ou não”, explicou o ex-secretário.

Diante do quadro, Roberto Claudio afirma que deverá estudar cada caso separadamente para, a partir daí, se ter uma noção real do tamanho da dívida deixada pela Prefeitura. “Por enquanto, o que temos em mente é que vamos entrar com medidas administrativas”, adiantou.

ENTENDA A NOTÍCIA

Desde que assumiu o prefeito RC tem visitado os postos de saúde em Fortaleza para se inteirar da real situação desses locais. Até março ele pretende conhecer pessoalmente as 92 unidades da Capital.

NÚMEROS
R$ 92milhões de restos a pagar foi o valor anunciado pela gestão anterior

Saiba mais

Além da dívida cobrada pelos dois fornecedores exemplificados, RC citou que “já apareceram centenas de outros pequenos e médios fornecedores cobrando dívidas que não foram empenhadas ou que foram empenhadas e depois canceladas e acabaram caindo no colo da atual gestão”.

Para além da dívida com fornecedores, o prefeito reclamou também sobre o quadro de pessoal deixado pela antiga gestão. Segundo RC, em alguns setores há carência de servidores; noutros, há excesso de funcionários.

Roberto Cláudio disse ainda que a atual gestão já diagnosticou que alguns terceirizados estao contratados, recebendo vencimentos, mas não estão exercendo suas funções.

Há ainda a queixa sobre alguns contratos e atos administrativos assinados no apagar das luzes da gestão Luizianne Lins e que acabaram lançados à responsabilidade do novo prefeito - a exemplo do aumento na tarifa de ônibus urbano em Fortaleza.

Sobre os postos de saúde, RC reiterou os problemas estruturais e de pessoal das dependências das unidades localizadas na Secretaria Executiva Regional 3.

FONTE:O Povo Online.

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