Segundo a oftalmologista Dra Renata Vasconcelos, da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, as luzes excessivas desses aparelhos podem causar danos. “Elas liberam substâncias tóxicas que danificam a córnea e desgastam o globo ocular, em especial, afetando uma boa lubrificação. A curto prazo, esses danos podem não ser percebidos, mas ao longo do tempo, a exposição excessiva pode causar até mesmo borramento visual com pontilhado corneano, que nós chamamos ceratite. Além disso, por prenderem nossa atenção, acabamos focando muito o olhar para esses aparelhos. Ou seja, acabamos pressionando e contraindo mais a musculatura e deixando os olhos abertos por mais tempo, sem piscar. Isso causa um ressecamento e uma sobrecarga ocular, prejudicando córneas e levando a um possível e gradual alongamento do olho, o que implica em surgimento lento de miopia”, explica.
Vermelhidão, coceira, irritação, lacrimejamento, sensibilidade à luz, visão embaçada e dor de cabeça são alguns dos desconfortos causados pelo excesso de uso das telas e os primeiros sinais de problemas com a visão, como a miopia.
Caso percebam esses sintomas nos filhos, os pais devem procurar a ajuda de um oftalmologista para realizar avaliação e os exames necessários.
Ainda assim, com tempo de sobra em casa é quase impossível manter os pequenos longe dos eletrônicos. Para minimizar o impacto disso, a especialista dá algumas orientações. “Certifique-se de que a criança está mantendo uma distância de pelo menos 50 centímetros das telas e dos monitores. Ajuste o brilho dos aparelhos de acordo com a luminosidade do local. Em ambientes um pouco mais escuros não é necessário utilizar um brilho muito alto, mas o ideal, já que a tela tem sua própria luz, é que o ambiente seja normalmente iluminado. O contraste gerado é prejudicial à visão. Evite também deixá-la diante de telas em espaços com muita luminosidade, como de frente para janelas, pois o excesso de luz diante dos olhos favorece a fadiga. E o mais importante: monitore o tempo que o seu filho passa na frente desses aparelhos. O ideal é que não ultrapasse o limite de duas a no máximo três horas. Se possível, faça com que a criança intercale esse tempo com pausas para outros tipos de atividades”, aconselha Dra. Renata.
*CN7
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