O trabalho multiprofissional está em destaque, demonstrando a importância do engajamento e da interdisciplinaridade da equipe para o efetivo combate à Covid-19. O fisioterapeuta intensivista, por sua vez, tem papel fundamental na manutenção da permeabilidade das vias aéreas, no gerenciamento da ventilação mecânica (ajustes, correção de assincronias e processo de desmame – retirada da ventilação mecânica) e na prevenção das complicações do imobilismo no leito. Esta especialidade foi reconhecida através da Resolução n° 402 de 03 de agosto de 2011 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito).
2. A presença do Fisioterapeuta nas UTI’s é obrigatória!
A pandemia da Covid-19 evidenciou um desafio de alguns anos: trazer a equidade para a assistência nas UTIs. Muitos serviços ainda não se adequaram às normas exigidas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 07 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No âmbito nacional, diversas UTIs ainda não possuem fisioterapeutas sequer pelo período de 18h. Mas a representatividade conduzida pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir), o desenvolvimento técnico-científico, o reconhecimento da especialidade e o compromisso dos colegas que atuam na área tem fortalecido a prerrogativa de que a presença do fisioterapeuta na UTI por 24h é fundamental para reduzir: custos com a saúde, tempo de ventilação mecânica, infecções respiratórias, tempo de internação e mortalidade. Todos estes resultados, podem ser constatados, por exemplo, nos estudos de Rotta et al (2018), Castro et al (2013) e na revisão Burge et al (2016). A Assobrafir é a associação que representa os fisioterapeutas na especialidade. Confira mais em: https://assobrafir.com.br/covid-19/
3. O que é ventilação mecânica (VM)?
Trata-se de um método de suporte para prevenir ou reverter a insuficiência respiratória, mas não se constitui uma terapia curativa. E o tempo prolongado de VM pode trazer efeitos deletérios aos pacientes. A Covid-19 causa desconforto respiratório por conta do acometimento pulmonar. Em torno de 10 a 15% dos pacientes com Covid-19 são admitidos na UTI por conta desta complicação respiratória e precisam ser prontamente intubados, caso não respondam bem à oxigenoterapia de baixo fluxo.
Outros suportes, como a VM Não-Invasiva ou o Cateter Nasal de Alto Fluxo podem aumentar o nível de contaminação no ambiente pela formação de aerossóis. Por isso, o paciente precisa ser intubado de forma precoce. Este cenário vai exigir de toda a equipe, treinamento e atenção à VM, e o fisioterapeuta recebe destaque na contribuição deste manejo, junto à equipe multiprofissional. A Associação de Medicina Brasileira (Amib) representa todas as profissões na especialidade da Terapia Intensiva. Recentemente, a associação publicou as diretrizes para manejo da insuficiência ventilatória na Covid-19. Acesse este e outros conteúdos em: https://www.amib.org.br/paginainicial/coronavirus/
4. Medidas Preventivas
- Etiqueta da tosse (cobrir tosse e espirro);
- Manter as mãos limpas (água e sabão ou álcool em gel a 70°);
- Hidrate-se e alimente-se bem;
- Mantenha-se ativo fisicamente;
- Faça pausas no trabalho;
- Faça isolamento social para não disseminar a Covid-19;
- Mantenha hábitos saudáveis de sono.
Fonte: Assobrafir
5. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
- Máscara de tecido: para a população em geral. Isso vai contribuir para que não faltem máscaras nos hospitais. Cada um pode fazer a sua. É importante que tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face. É de uso individual e deve estar bem ajustada ao rosto. Não pode deixar espaços nas laterais! Use sempre que for sair de casa. Ao chegar lave a máscara com água sanitária e deixe de molho por cerca de 30 minutos.
- Máscara Cirúrgica: apenas para indivíduos com suspeita ou confirmação de Covid-19, bem como profissionais que estejam em contato com estes.
- Máscara N95 (PFF2) ou superior: uso em locais em que existe geração de aerossóis em indivíduos com suspeita ou com diagnóstico de Covid-19, como no auxílio à intubação (IOT), aspiração etc.
- Gorro, avental, óculos de proteção, protetor facial e luvas de procedimento: apenas profissionais em contato direto com pacientes.
Fonte: Ministério da Saúde e Assobrafir
Referências
ASSOBRAFIR. COVID 19: Papel do fisioterapeuta em diferentes cenários de atuação. 2020. https://assobrafir.com.br/covid-19-papel-do-fisioterapeuta-emdiferentes-cenarios-de-atuacao/
ASSOBRAFIR. Presença do Fisioterapia nas UTIS por 24 horas. 2013. https://assobrafir.com.br/extra/pareceres/Parecer%20001-2013.pdf
AMIB. Orientações sobre o manuseio do paciente com pneumonia e insuficiência respiratória devido a infecção pelo coronavírus (SARS-CoV2) - Versão n.04/2020*. http://redacao.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/31/0904202_1026_Orientac__o__es_sobre_o_manuseio_do_paciente_com_pneumonia_e_insuficie__ncia_respirato__ria_v4.pdf
Rotta BP, Silva JM, Fu C, Goulardins JB, Pires-Neto RC, Tanaka C. Relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de UTI. J BrasPneumol. 2018; 44(3): 184-189.
Castro AAM, Calil SR, Freitas SA, Oliveira AB, Porto EF. Chest physiotherapy effectiveness to reduce hospitalization and mechanical ventilation length of stay, pulmonary infection rate and mortality in ICU patients. Respiratory Medicine (2013) 107, 68e74.
Bürge E, Monnin D, Berchtold A, Allet L. Cost-effectiveness of physical therapy only and of usual care for various health conditions: systematic review. Phys Ther. 2016;96 (6): 77486.
Prof. Rogleson Albuquerque Brito
Professor do Curso de Fisioterapia da UniAteneu
Mestre em Ciências Médicas
Conheça o Curso de Fisioterapia da UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/
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