quarta-feira, 24 de abril de 2019

Marina e Ciro rejeitam composição com o PT: 'Nunca mais'


BRASÍLIA - Candidatos derrotados à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) rejeitaram nesta terça-feira a possibilidade de compor com o PT para fazerem oposição ao governo de Jair Bolsonaro. O assunto foi discutido durante um debate, em Brasília, sobre os 100 primeiros dias da nova gestão.

"Foi o que eu fiz no governo Dilma 1 e no governo Dilma 2. Nunca mais", afirmou Ciro Gomes. A posição foi endossada por Marina Silva. "Tenho divergências com um partido que não reconhece erros de maneira nenhuma. O problema é sempre dos outros, principalmente com aquele que acha que pode existir fora da órbita do satélite deles. Tenho problemas com a visão hegemônica (do PT), que, inclusive, acabou sendo uma espécie de chocadeira da gestão que temos hoje", disse.

O debate foi promovido pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Cid Gomes (PDT-CE), que também participaram das discussões. Sobre esse mesmo assunto, Marina e Ciro também foram questionados se pretendem fazer uma "oposição propositiva" diante das pautas colocadas pelo atual governo.

Ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro defendeu que não se pode entrar na tática "irracional", promovida pela base do governo.

"Num primeiro momento, como candidato, desejamos sorte e esperamos os 100 primeiros dias de governo. Existe um clamor que sinto na sociedade por essa oposição propositiva, mas isso (governo) não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. Em vez de tigrão e tchutchuca, é necessário racionalizar o debate", disse em referência a provocações feitas por um deputado do PT em audiência pública com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Se aceitamos a tática de irracionalizar o debate, eles ganham. Um desastre muito grave do governo Bolsonaro, que está se desenhando, não ajuda ninguém", afirmou Ciro.

O pedetista usou o movimento de caminhoneiros como exemplo para falar sobre a necessidade de que essa oposição seja feita, principalmente, nas ruas. "Precisamos entender que democracia supõe luta, militância e gente na rua. Os caminhoneiros estão nos ensinando o caminho. Só vamos defender a universidade e o petróleo na rua", disse. "Os caminhoneiros estão fazendo o governo soluçar, fazendo padecer em público as contradições neoliberais e privatistas do governo. Isso é uma lição para todos os círculos. (Os caminhoneiros são) o único grupo no Brasil que consegue demover de convicções pedantes, estúpidas e lesivas aos interesses do país".

Fonte: Valor

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