segunda-feira, 1 de abril de 2019

Fissuras na parede da barragem do Caldeirões demandam atenção

O reservatório barra o Rio Jaguaribe e foi construído em pedra e cimento. O açude fica na bacia do Alto Jaguaribe.
Foto: Honório Barbosa


A barragem do Caldeirões, em Saboeiro, no Sertão dos Inhamuns, traz preocupação para os moradores e gestores municipais. A obra apresenta fissuras e infiltrações. As marcações registradas na extensão da parede expõem trincas, buracos e infiltrações. Em pelo menos um ponto, a água sai de dentro da parede.

Os gestores temem que as avarias possam comprometer a estabilidade da parede. Foram registradas 61 trincas transversais, uma longitudinal que alcança toda a sua extensão, exatamente no encontro do maciço antigo com o executado há cerca de 15 anos, e há oito infiltrações a jusante (lado de fora da parede).


Entre os dias 25 e 29 de fevereiro foi feita uma inspeção por técnicos da Secretaria de Infraestrutura de Saboeiro. O Município apresentou à Cogerh um relatório sobre os problemas encontrados na parede da barragem.

O secretário de Infraestrutura, Carlos Nocrato, explicou que a Prefeitura não tem responsabilidade sobre a segurança da barragem, que é monitorada pela Cogerh, mas externou o receio quanto à estrutura física. "Estamos preocupados com a situação, pois encontramos fissuras em vários pontos e pedimos à Cogerh uma nova vistoria, mais apurada, e um plano de ação para recuperar a barragem".

Há uma reivindicação da Prefeitura de Saboeiro para ampliação da barragem em pelo menos 40% ou construção de uma nova em ponto próximo ao atual para armazenar mais água, atender com mais segurança o abastecimento dos moradores e permitir o acesso a Aiuaba em período de cheia do Rio Jaguaribe.

Na sexta-feira passada, uma equipe técnica da Cogerh visitou a barragem, mas devido estar transbordando adiou a vistoria. "Quando parar a sangria, vamos retornar e elaborar um laudo técnico de inspeção", explicou o gerente do escritório regional da Cogerh, Anatarino Torres. "Pelo que vimos, não há sinais de rompimento, a parede não cedeu, mas observamos algumas fissuras que exigem serviços de reparos", pontuou.

Há algum tempo, não há obra de manutenção na barragem que é antiga e, depois, foi ampliada em mais um metro acima da parede anterior, em um serviço improvisado. A ideia era permitir mais captação de água.
Lazer

Apesar do receio de alguns, a barragem se tornou ponto de lazer. Após transbordar, o açude tem atraído diariamente centenas de moradores e visitantes.

"Está muito linda. Embora eu tenha um certo medo de estourar, vir ver essa beleza da natureza", contou a manicure Luiza Silva.

Caldeirões foi o 21° reservatório, monitorado pela Cogerh, a atingir a cota máxima de volume e transbordar no Ceará neste ano.

Fonte: Diário do Nordeste

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