Eduardo Cunha articulou com seus aliados na Câmara um diabólico plano para calar Chico Alencar, o líder do PSOL que tem comandado a artilharia pró-cassação do ex-exportador de carne enlatada para o Congo.
A primeira etapa do plano é conhecida: a representação no Conselho de Ética na semana passada, de autoria de Paulinho da Força, para investigar Alencar sob a alegação de o deputado fluminense ter usado recursos da Câmara em sua campanha eleitoral.
Na quarta-feira, o Conselho de Ética abrirá oficialmente o processo contra Alencar, na segunda etapa do script montado.
Mas são os próximos passos que excitam a turma que está no entorno de Cunha. Pelo roteiro imaginado, o Conselho de Ética, onde Cunha tem larga maioria, votaria pela cassação de Chico Alencar.
Assim, o processo seguiria para o plenário da Câmara, onde a cassação seria votada, necessitando de no mínimo 257 votos dos 513 possíveis.
A turma de Cunha aposta que a pouca simpatia que parte expressiva da Câmara tem pelo PSOL faria de Alencar um parlamentar com risco real de ser cassado.
Ainda que não o seja, Alencar sofreria o constrangimento de ter que se defender durante os meses que o processo duraria.
Chico Alencar considera “surreal e perverso” esse enredo. Diz Alencar:
— Não é uma representação, é uma retaliação e tentativa de intimidação ao PSOL. Nunca, em minha já longa história na vida pública, vi jogo tão sórdido e "projeto" tão canhestro e aberrante.
De fato, é um caso bizarro. Alencar sob o risco (mínimo que seja) de cassação e Cunha com chances de passar incólume.
Por Lauro Jardim
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