domingo, 19 de julho de 2015

Piauí: Jovem que participou e delatou estupro é assassinado por colegas


Condenado por participar de um estupro coletivo de quatro meninas, que resultou na morte de uma delas, Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, foi espancado até a morte dentro de um alojamento para menores infratores em Teresina. O jovem estava em uma cela com os outros três rapazes também sentenciados pelo mesmo crime, em maio, na cidade de Castelo do Piauí, a 190 quilômetros de Teresina.

Foi Gleison quem delatou os outros três adolescentes. Policiais chegaram a gravar um vídeo com ele detalhando as agressões às meninas. O rapaz recebeu socos, chutes e teve sua cabeça batida contra o chão. Morreu por volta das 23 horas de quinta-feira na cela D do Centro Educacional Masculino (CEM). Foi socorrido por enfermeiros, mas não resistiu. O Governo estadual afirma que faltavam celas para manter os adolescentes isolados.

Ao contrário dos outros acusados, Gleison, perante o juiz, manteve o depoimento de que ele, os outros três rapazes e um homem de 40 anos estupraram e agrediram as quatro meninas. Danielly Rodrigues Feitosa, 17, morreu após ficar 10 dias internada. Os quatro adolescentes tinham sido transferidos na quarta-feira para o centro educacional. Antes, estavam em outra unidade, com Gleison permanecendo isolado dos outros três colegas.

Eles já confessaram o crime e este foi um ato de vingança. A princípio a rotina iniciou-se bem, mas fomos surpreendidos e é como um lobo na pele de cordeiro. Foi uma abordagem covarde e de traição”, afirmou Anderlly Lopes, diretor da Secretaria da Assistência Social. Moradores de Castelo do Piauí chegaram a festejar, com fogos de artifício, o assassinato do rapaz: “Há uma comemoração, inclusive com foguetes. A cidade está em polvorosa", disse a assistente social da cidade, Ticiane Cavalcanti Chaves Martins. Com medo, a família de Gleison decidiu realizar o enterro em Teresina e não na cidade natal do garoto.

Abalada, a mãe dele, Elisabete Vieira da Silva, 43, que está grávida de quatro meses, pediu “perdão” ao filho ”por estar te enterrando aqui, e não em sua casa”. Ela estava acompanhada do marido, padrasto de Gleison, e de duas filhas. Uma de 14 anos e outra de 15 anos, que está grávida de cinco meses: “A gente decidiu enterrar aqui porque algumas pessoas disseram que, se levássemos o corpo para lá (Castelo do Piauí), iam tocar fogo. Ficamos com medo”, contou Maria Francisca Vieira, 65, tia de Gleison. A cerimônia foi acompanhada por policiais.

(da agência Folhapress)

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