terça-feira, 24 de junho de 2014

"Não serei 'parceiro-calango' de Dilma", afirma Ciro Gomes


Aliado declarado da presidente Dilma Rousseff, o ex-deputado e ex-ministro, Ciro Gomes, atirou para muitos lados e fez uma avaliação absolutamente crítica à política de estímulo ao consumo empreendida pelo atual governo e às elevadas taxas de juros.

Durante a convenção nacional do Pros (Partido Republicano da Ordem Social), sigla ao qual agora é filiado e que irá declarar hoje apoio à presidente em sua candidatura à reeleição, Ciro Gomes atacou o que chamou de “cooptação” do governo a movimentos progressistas, sindicais e estudantis, disse que a economia brasileira tende à paralisia e que não será “parceiro-calango da presidente, que só fica balançando a cabeça e dizendo sim”.

Sobrou até para Marina Silva, candidata à vice-presidência pelo PSB, de quem Ciro disse ter “nojo” do tipo de discurso que faz. Na avaliação do ex-ministro, “no Brasil hoje temos mais domicílios com televisão do que com geladeira. A sociedade brasileira conhece o standard de consumo e está sendo levada 'desespiritualizadamente' a buscá-lo”.

Nesse sentido, atacou, “no Brasil hoje isso é completamente cinzento, as pessoas estão sendo levadas a essa vida sem perspectivas para além do consumo”. Mesmo sob essa perspectiva consumista, opinou Ciro, o país está em situação complicada, pois a combinação de juro alto, tecnologia atrasada e incapacidade de disputar mercado em grande escala inviabilizam a concorrência no mercado externo. “Estamos três gerações atrasados em relação ao mundo em termos de tecnologia”, disse. “Taxa de juros americana hoje é negativa para montar seu negócio. No Brasil, se você for usar o cheque especial, é melhor comprar uma bala e atirar na própria cabeça”, continuou. “Economia brasileira está tendente à paralisia, por conta da taxa de juro”.

Marina Silva também recebeu críticas severas de Ciro. “Marina conversa mole que só, tenho pavor de ver a superficialidade com que ela trata assuntos do Brasil. Ela desconsidera que o agronegócio paga a conta do país. Tenho nojo desse discurso”.

* Com informações do Valor Econômico

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