Com 130 leitos e equipe multidisciplinar, a Casa recebe primeiros pacientes nesta quinta-feira (24)
Com o propósito de oferecer reabilitação humanizada e multidisciplinar aos cearenses em recuperação após alta hospitalar, a Casa da Cuidados do Ceará foi implementada, em Fortaleza, pelo governador Camilo Santana durante solenidade realizada, na manhã desta quinta-feira (24), com a presença da vice-governadora Izolda Cela, do secretário da Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), e do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão.
“Inicialmente, vamos começar com pacientes de Covid-19, que ficaram com sequelas e ainda precisam de cuidados. É desospitalização, uma transição entre o hospital e a casa. Isso gera novas vagas para pacientes mais graves que precisam do hospital. Aqui vai ter uma equipe multidisciplinar com médico, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo e assistente social. Equipe que vai dar oportunidade, também, para que os familiares possam estar presentes, porque eles têm um efeito muito forte na recuperação do paciente”, garantiu o governador Camilo Santana.
O equipamento está estruturado no Hotel Recanto Wirapuru, localizado dentro do Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), em Fortaleza. O hotel foi selecionado para receber a Casa por meio de chamamento público lançado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). “Esse espaço foi escolhido por representar um ambiente agradável e acolhedor que tem a infraestrutura necessária para esse projeto. Todo o Hotel com restaurante e todos os serviços estão incluídos nesse processo. Isso é uma experiência inédita, e servirá como modelo até para que possa replicar essa experiência em outras regiões do Ceará. É o olhar da Saúde para as pessoas que mais precisam. Olhar do acolhimento”, afirmou o gestor.
A Casa de Cuidados tem 130 leitos para que o paciente tenha a companhia de um familiar na fase de reabilitação. O espaço também conta com área verde que possibilita ar fresco, tranquilidade e acessibilidade. Conforto e atendimento especializado para quem precisa de cuidados. “A gente sabe que uma doença grave modifica a vida das pessoas e das famílias. Essa Casa tem um foco multidisciplinar, que o médico não é o centro do tratamento. O centro do tratamento é o paciente”, destacou o titular da Sesa, Dr. Cabeto, afirmando que a Casa também será um centro de formação para cuidadores.
A iniciativa vai viabilizar, ainda, a desospitalização de pacientes em cuidados prolongados para reabilitação e/ou adaptação a sequelas decorrentes de outros diagnósticos, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), trauma e cuidados paliativos.
Ambiente Terapêutico Multidisciplinar
De acordo com Ursula Wille Campos, médica geriatra e diretora da Casa de Cuidados do Ceará, proporcionar uma reabilitação humanizada e multidisciplinar aos pacientes é uma prática bastante difundida em diversos países. Mas a gravidade nas internações observadas na pandemia da Covid-19 aumentou a necessidade de oferecer mais vagas nos hospitais e outras estratégias para a reabilitação dos pacientes após alta hospitalar. “Suíça, Alemanha e Estados Unidos têm essas instituições que já são estabelecidas na rede de saúde, e são mais ou menos o modelo desta nossa Casa de Cuidados, que faz os cuidados com equipe multidisciplinar para dar o apoio ao paciente”.
A diretora explica que os pacientes da Casa são aqueles que não precisam mais da estrutura e assistência hospitalar, mas que ainda dependem de cuidados especiais. “Ele precisa da equipe multidisciplinar para sair do hospital e ser adaptado. A ideia é que aqui seja um lugar de transição para dar apoio ao paciente, para reabilitação, para treinar famílias e cuidadores que, depois, levarão o paciente para casa”.
Para Juliana Bonfim, médica assistente da Casa de Cuidados, a presença do familiar aliada ao trabalho de uma equipe multidisciplinar é fundamental. “Os pacientes que têm familiares reabilitam mais rapidamente. São pacientes que conseguem evoluir nesse processo de reabilitação. Aqui na Casa vai ser um grande ganho ter os familiares conosco. Nós vamos ter um processo de educar e ensinar esses familiares a cuidarem do paciente”.
A Casa também vai receber pacientes que estão internados há muito tempo e não têm um lar para voltar. “Em alguns casos, a gente sabe que não vai ser tão fácil, porque o paciente mora no Interior ou não tem família para cuidar. Nesses casos, eles vão permanecer aqui até ficarem mais estáveis para serem transferidos para outro abrigo”, frisou Ursula.
*www.ceara.gov.br
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