Um avião que transportava a delegação do clube de futebol Chapecoense sofreu um acidente na madrugada desta terça do Brasil quando se aproximava do aeroporto José María Córdova, na cidade de Medellín, na Colômbia. A aeronave, da companhia boliviana LAMIA, tinha 81 pessoas a bordo, sendo 72 passageiros entre membros da equipe e jornalistas, e nove membros da tripulação. Até o momento, o Governo colombiano afirma que seis pessoas foram resgatadas com vida. O jogador Alan Ruschel foi a primeira vítima a chegar no hospital de La Ceja, a localidade mais próxima do ocorrido, segundo relato da agência EFE, para onde parte dos feridos foi transportada.
A aeronave, com matrícula CP2933, deveria ter pousado em Medellín às 21h33 (0h33 pelo horário de Brasília), mas perdeu contato com a torre de controle quando sobrevoava o município de La Ceja. O plano inicial era que o voo fretado pelo time sairia do aeroporto de Guarulhos, mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não autorizou,pois afirmou que o acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada. Segundo a agência, o pedido da companhia ao órgão brasileiro foi feito na sexta-feira, dia 25, e a Anac o respondeu no dia 27, domingo, véspera do voo previsto, informa a repórter Talita Bedinelli. Com isso, o time embarcou de Guarulhos, às 15h15 de segunda-feira, em um voo comum da companhia Boliviana de Aviación até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde embarcou no voo fretado da Lamia, rumo a Medellín.
Segundo o primeiro comunicado do aeroporto de Medellín, a aeronave relatou “falhas elétricas”. As autoridades ativaram um plano nacional de emergências. O aeroporto Córdova, que havia anunciado inicialmente o desaparecimento da aeronave, informou que o lugar do acidente só pode ser acessado por via terrestre, “devido às condições climáticas”. O prefeito do Medellín, Federico Gutiérrez, informou pelo Twitter que se dirigia para o local. “É uma verdadeira tragédia o que aconteceu esta noite", disse o prefeito. “Oferecemos toda a colaboração técnica e humana para atender este acidente.” As autoridades solicitaram à população que, dadas as más condições climáticas e do terreno, não se dirijam ao local da queda. “Solicita-se à comunidade se abster de ir ao local do acidente, para evitar um colapso. Organismos de emergência trabalham conjuntamente.”
A equipe da Associação Chapecoenese de Futebol, de Chapecó (SC), viajava para disputar nesta quarta-feira o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional – seria a partida mais importante da história do time catarinense. A equipe local manifestou solidariedade através das redes sociais, e a Conmebol divulgou nota informando a suspensão da final. A última imagem que se tem da equipe é um vídeo publicado no seu perfil do Facebook, onde alguns jogadores aparecem esperando o embarque.
A Chapecoense publicou uma nota no Facebook dizendo que não faria declarações oficiais enquanto as autoridades colombianas não prestassem todas as informações disponíveis.
O acidente da Chapecoense evoca outras tragédias similares sofridas por equipes de futebol. Em 1949, o avião no qual a equipe italiana do Torino voltava de um jogo em Lisboa caiu, matando 42 pessoas, entre elas quase todo o elenco. Onze anos depois, outro acidente envolveu a aeronave que trazia o Manchester United de Munique. Oito jogadores, dois dirigentes e o técnico morreram. Sobreviveram sete atletas, entre eles Bobby Charlton, lenda do United.
Até o momento, há a confirmação de seis pessoas resgatadas com vida. Entre elas dois tripulantes, três jogadores e um jornalista.
Fonte: EL País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário