O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), chega para interrogatório na sede da Justiça Federal, no centro do Rio, na tarde desta terça-feira, 26. — Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é interrogado nesta terça-feira (26) na Justiça Federal do Rio. O processo é sobre um desdobramento da Calicute, a operação-mãe da Lava Jato fluminense, referente a lavagem de dinheiro através de concessionárias de carro.
Pela primeira vez, Cabral confirmou o recebimento de propina de uma cervejaria, confirmando a delação de seu operador financeiro Carlos Miranda. Na colaboração premiada, Miranda disse que a propina mensal do grupo era de R$ 500 mil.
Em troca, disse Miranda, a firma tinha benefícios fiscais. Mensalmente, R$ 150 mil ficavam com Ary e outros R$ 150 mil com Miranda, enquanto o restante era da "caixa geral de propina".
"Já o grupo Petrópolis, sim. Tinha propina. Houve ajuda em campanha eleitoral e, de fato, havia esse recurso, como o Carlos Miranda falou no depoimento dele que parte era para lavagem de dinheiro, outra parte ficava para o Ary e outra para gastos do caixa", disse.
O ex-governador também admitiu a existência de um esquema de lavagem de dinheiro para pagar funcionários pessoais. Alguns deles eram contratados como comissionados, mas tinham um "bônus" pago pelo esquema.
"Tenho conhecimento dos fatos (de lavagem), eram pessoas da minha relação, intinimidade, que conviviam comigo e cuidavam do dinheiro da propina, do meu dinheiro pessoal. Dona Sônia, o Sérgio e Carlos Miranda e o Ary também", disse.
"Eram pessoas que eu ficava mais atento (com os salários)".
Sérgio Cabral voltou a manifestar, no depoimento, o que chamou de nova postura e arrependimento.
"[Quero] agradecer à minha defesa e ao senhor a oportunidade de poder contar ao senhor a verdade dos fatos e à sociedade, representada aqui pela imprensa".
Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Grupo Petrópolis informou que não obteve qualquer benefício fiscal ou financeiro durante o governo de Sérgio Cabral. A empresa também afirma que "sempre atuou de acordo com a legislação e suas relações com o Estado do Rio de Janeiro foram pautadas pelos critérios de geração de empregos para a região, razão pela qual nunca precisou de qualquer subterfúgio para atuar no Estado".
Já o ex-governador, Luiz Fernando Pezão, nega o recebimento de qualquer valor a título de propina. A defesa de Wilson Carlos diz que ele nega "veementemente" as afirmações de Serjão.
G1
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