Mas o jantar não foi só de confraternização natalina. Em um momento tenso, a ministra da Agricultura Kátia Abreu e o senador José Serra (PSDB-SP) protagonizaram um verdadeiro “barraco”, que terminou com Kátia jogando seu copo de bebida no tucano depois de um bate-boca provocado por um comentário dele, que chegou dizendo que a ministra era 'namoradeira'.
Nesta quinta-feira, no Twitter, a ministra Kátia Abreu confirmou a discussão com Serra e protestou contra a conduta do senador paulista. “Reagi a altura de uma mulher que preza sua honra. Todas as mulheres conhecem bem o eufemismo da expressão ‘namoradeira’. Foi infeliz, desrespeitoso, arrogante e machista. A reclamação de vários colegas senadores sobre suas piadas ofensivas são recorrentes”, escreveu Katia Abreu.
Na festa, Serra teria dito: "O que tenho ouvido é que você tem fama de ser muito namoradeira”.
“Me respeite que sou uma mulher casada e mesmo quando solteira, ao contrário de você, nunca traí”, reagiu a ministra, segundo as testemunhas presentes, arremessando um copo na direção do senador tucano. Mas Serra não se fez de rogado e, como Temer, foi um dos últimos a deixar a festa.
Nesta quinta-feira, Serra disse que fez "uma brincadeira com intenção de elogio". "Me desculpei. Sempre tive respeito pela Kátia", afirmou o senador.
Beija-mão
A um canto da piscina uma fila de senadores e ministros assediaram o vice que hoje assume a Presidência interinamente em virtude da posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, por enquanto, e o assunto era um só: como tinha sido a conversa com Dilma e sua avaliação sobre o desfecho do impeachment.
Temer teve duas conversas particularmente demoradas: com a ministra Kátia Abreu, uma das mais ferrenhas defensoras da presidente Dilma; e com o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), que passou a noite falando sobre o processo de impeachment que o apeou da Presidência em 1992.
Presente na festa, o ex-ministro e atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, ponderava, nas conversas, sobre a necessidade de o PMDB do Senado, que tem dado sustentação a presidente Dilma, se articulasse mais no entorno do partido. A conversa de mais ou menos 15 minutos de Collor com Temer também chamou a atenção. “É a vítima dando lições para algoz”, comentou o senador Paulo Bauer (PSDB-SC).
Ao voltar para a mesa em que estavam vários senadores, inclusive o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e outros, Collor passou a discorrer sobre sua própria experiência de impeachment. Os senadores quiseram saber em que momento ele percebeu que não tinha mais volta, que a cassação seria irreversível. “O momento mais dramático foi quando eu tive que demitir os ministros Bernardo Cabral (Justiça) e Zélia Cardoso de Melo (Economia). Naquele momento eu perdi o comando do governo. Depois, quando o povo se vestiu de negro, eu senti que perdera a Presidência da República”, contou Collor, dizendo que na conversa com Temer não tinha abordado como tinha sofrido, o que poderia ser interpretado como um gesto em defesa da presidente Dilma neste momento.
(Agência O Globo e Folhapress)
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