
O cálculo do presidente da Câmara e de oposicionistas que voltaram a lhe dar chance de respirar depois que ele encaminhou a abertura do processo de impeachment leva em consideração o tempo: no conselho, já lhe disseram interlocutores do DEM e do PSDB, será impossível reverter os votos de Betinho Gomes (PSDB-PE) e de Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS). O DEM também garantiu que seu representante, Paulo Azi (BA), vai se posicionar pela admissibilidade.
No entanto, calculam aliados de Cunha, a chance de sobrevivência estaria no próprio plenário. Por essas avaliações, uma vez aprovado o impeachment, os ânimos seriam outros, o que facilitaria a defesa de Cunha. Mas ninguém assume a estratégia claramente.
— No Conselho de Ética, a votação será pela admissibilidade. Mas não posso adiantar um processo que tem outras etapas pela frente. As denúncias contra ele são fortes, mas é preciso ver sua defesa — afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
Marchezan Júnior afirma que nem ele nem Betinho facilitarão a vida de Cunha no conselho, mas observa que o impeachment pode mudar o cenário mais adiante.
— O caminho de Dilma e de Cunha está muito difícil. Há provas documentais contra ele. Posso falar por mim e pelo Betinho que o nosso critério será técnico — garantiu o tucano. — Esse nível de negociação (de livrar o presidente da Câmara da cassação em plenário) talvez até aconteça. Não é descartável. Mas, pelo que temos hoje, não condená-lo seria difícil. Ainda há espaço, porém, para ele provar mais adiante que as acusações são falsas.
Fonte: O Globo.
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