“Eu lembro como é que a gente acreditava nos sonhos, como a gente chorava quando a gente mesmo falava, tal era a crença. Hoje nós precisamos construir isso porque a gente só pensa em cargo, só pensa em emprego, só pensa em ser eleito e ninguém hoje mais trabalha de graça”, criticou. Lula é cotado como o principal nome do partido para disputar a sucessão da presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2018.
Em evento sobre os ‘Novos desafios da democracia’, promovido pelo instituto que leva seu nome e com a presença do ex-presidente do governo espanhol Felipe Gonzáles, Lula afirmou que “o PT está velho”. “Eu, que sou a figura proeminente do PT, já estou com 69 (anos), já estou cansado, estou falando as mesmas coisas que eu falava em 1980. Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido, uma revolução interna, colocar gente nova, mais ousada, com mais coragem.” E completou: “Temos que decidir se nós queremos salvar a nossa pele e os nossos cargos ou queremos salvar nosso projeto.”
Para o ex-presidente, a sigla precisa usar melhor a internet para responder “à oposição” exercida por “alguns jornais”. “Aqui no Brasil nós reclamamos muito da mídia. A oposição aqui é a imprensa. Em alguns jornais, eles fazem oposição pelo editorial. Ao invés de brigar com isso, temos que melhor saber usar a internet, melhor saber usar as redes sociais”, orientou.
Petistas presentes à conferência, realizada em São Paulo, evitaram comentar as pesquisas Datafolha, que, além de apontar o ex-presidente atrás do tucano Aécio Neves, mostrou também que a rejeição ao governo Dilma chega a 65% dos eleitores.
O secretário de comunicação da legenda, deputado José Américo, afirmou que Lula não é candidato e que a rejeição à presidenta permanece no mesmo patamar do levantamento anterior. “A situação é a mesma. Não houve nada que fizesse o cenário melhorar. E Lula ainda não é candidato, enquanto Aécio é candidatíssimo”, afirmou.
Fonte: O Dia.
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