quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mulher mata marido e enterra corpo no curral

Campos Sales. A funcionária do Hospital Municipal de Salitre Luiza Judite do Nascimento foi presa na manhã de ontem acusada de matar e enterrar o corpo do marido em um curral. Um adolescente de 16 anos, filho da acusada, foi apreendido por participação na ocultação do cadáver do vaqueiro José Maximinus de Alencar Neto.

Luiza Judite do Nascimento foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e, segundo a Polícia, deverá ser indiciada, também, por homicídio triplamente qualificado. Ela foi transferida para Campos Sales FOTO: MICHEL DANTAS

A mulher foi presa após uma operação conjunta realizada por policiais civis e militares dos municípios de Salitre e Campos Sales. Conforme a polícia, José Neto estava desaparecido da localidade de Baixio, na zona rural de Salitre, havia 26 dias. Convidada à prestar depoimento para ajudar nas investigações do desaparecimento, Luiza acabou se contradizendo e passando a produzir diversas versões que levaram o delegado Sérgio Pereira dos Santos a suspeitar de um provável envolvimento da mulher no sumiço.

Um fato que chamou a atenção da Polícia foi a informação repassada por Luiza aos familiares do vaqueiro dando conta de que ele estaria fazendo contatos com ela através de um número de telefone celular. "Ela, inclusive, chegou a passar esse número aos demais familiares da vítima. Várias tentativas foram realizadas pelos familiares que queriam saber do paradeiro dele. As ligações, no entanto, sempre acabavam encaminhadas à caixa postal", disse o delegado.

Ao retornar para casa após o depoimento, a mulher acabou sendo pressionada por irmãos a contar o que realmente havia acontecido e indicar o paradeiro de José Neto. "Ela chegou nervosa em casa e, percebendo que havia algo errado, a família então a pressionou", disse Santos.

Ontem, por volta das cinco da manhã, um irmão de Luiza que mora em Brasília telefonou para a Delegacia. O homem contou que o vaqueiro teria sido assassinado por sua irmã e que o corpo havia sido escondido com o auxílio do sobrinho dele, um adolescente de 16 anos.

A polícia solicitou novamente o comparecimento de Luiza à delegacia, desta vez acompanhada do filho que era enteado da vítima. Luiza, segundo o delegado, negou a autoria do homicídio. "Quando foi informada de que o irmão havia telefonado à delegacia informando sobre o crime, ela disse que José Neto havia morrido após ter se sentido mal durante o jantar e que, com medo da família dele, havia decidido enterrá-lo num curral, distante cerca de 220 metros da casa onde eles moravam", informou o delegado.

Versão

A versão da acusada foi desmentida pelo filho dela, que também prestou esclarecimentos à Polícia. Segundo o delegado, o adolescente relatou que a mãe utilizou duas ampolas de Diazepan para envenenar a vítima. "Ele estava jantando e, no momento em que teria ido ao banheiro, ela despejou o conteúdo das duas ampolas no copo em que ele bebia uma dose de cachaça", explicou o delegado.

Após a confirmação da morte do vaqueiro, Luiza teria depositado o corpo da vítima em uma cova aberta em um curral com a ajuda do filho adolescente. "Há indícios que apontam possível premeditação", disse o policial civil. Há cerca de um mês, a acusada teria furtado remédios do local onde trabalhava.

A acusada de ter praticado o homicídio foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e, segundo a Polícia, deverá ser indiciada, também, por homicídio triplamente qualificado.

A Polícia informou que, mesmo com a detenção de mãe e filho, não está descartada a possibilidade do envolvimento de uma terceira pessoa na morte do vaqueiro. "Nós estamos investigando esta possibilidade. Embora já temos feito uma prisão em flagrante e a apreensão do menor que auxiliou na ocultação de cadáver, as investigações sobre o caso ainda não foram encerradas". Os motivos do crime também não foram esclarecidos.



ROBERTO CRISPIM

COLABORADOR
Diário do Nordeste 

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