Com uma vantagem tênue nas pesquisas de intenção de voto no segundo turno, Lula fez nesta quarta-feira (19) seu aceno mais direto ao eleitorado religioso. Sua campanha divulgou uma Carta compromisso com evangélicos, na qual ele garante que, caso eleito, defenderá as liberdades de culto e as estruturas familiares.
Em seu discurso, feito após o ex-ministro Gilberto Carvalho ler a carta, Lula disse que escreveu a mensagem “em respeito” ao eleitorado evangélico — que indica preferência pelo presidente Jair Bolsonaro. “Os evangélicos prestam um trabalho social excepcional em muitos lugares deste país”, disse. “Porque tem muita gente séria que exerce a função de pastor, para tratar da espiritualidade e da fé das pessoas.”
Ele seguiu com os elogios: “Grande parte das políticas sociais podem ser feitas pelas igrejas. As igrejas evangélicas e as igrejas católicas têm serviços prestados e são melhores e custam mais barato que o governo”, disse o petista. “Esta carta é pouco diante do compromisso que eu tenho com a verdade desse país.”
Assim como a deputada eleita Marina Silva, que também falou no evento, Lula defendeu a separação entre política e religião. “Uma família, quando sai de casa pra ir pra igreja, seja católica ou evangélica, ela não vai para ouvir discurso político — vai para assumir mais compromisso com Deus e com sua família”, disse.
No texto, Lula fala que a vida é sagrada e faz uma referência direta ao aborto, para se dizer “pessoalmente contra”. Tanto no discurso quanto na carta, ele fez questão de defender várias vezes a estrutura familiar: “A família, para mim, é uma coisa sagrada”, destacou.
O documento vinha sendo preparado desde o início do segundo turno junto a nomes ligados ao eleitorado evangélico. Uma das principais redatoras do texto final foi a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que também discursou brevemente no evento.
O petista deve participar, à tarde, de atos na cidade de Porto Alegre, junto com seu vice, Geraldo Alckmin.
*O Antagonista.
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