sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Rodrigo Janot surpreende ao contar que pensou em matar Gilmar Mendes


O ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot surpreendeu ao revelar que no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes.

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot. O caso foi revelado nesta quinta-feira (26/09) em entrevista a Folha.

De acordo com o ex-chefe do Ministério Público, que ficou no cargo de 2013 a 2017, logo após ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha. Foi a gota d’água: “Isso me tirou do sério.”

Toda a história está narrada em detalhes no livro “Nada menos que tudo”, no qual Janot relata sua atuação no comando da operação Lava Jato. Diz que narrou a cena, mas “sem dar nome aos bois”.

A inimizade entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot vem de longa data. Ainda em 2015, quando integrava o TSE, o ministro Gilmar repudiou o despacho de Janot pelo arquivamento da investigação das campanhas de Dilma – e reiterou ofício para que o procurador Rodrigo Janot investigue os indícios de irregularidades: ” O procurador negou-se a cumprir seu papel”

As críticas foram subindo de tom, e a expressão “o bêbado do Janot” não raro era proferida pelo ministro. Em 2017, em resposta ao ofício do então PGR que pedia sua suspeição no caso Eike, Gilmar lembrou o provérbio português: ” Ninguém se livra de pedrada de doido nem de coice de burro”.

No livro de memórias que está lançando, “Nada Menos que Tudo” (editora Planeta), escrito com a colaboração dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin, Janot faz um balanço de sua atuação à frente da Operação Lava Jato e rebate as críticas que recebeu durante sua atribulada gestão.

*CN

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