terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Dilma confirma Cid Gomes como novo ministro da Educação


A presidente Dilma Rousseff (PT) acaba de confirmar o governador do Ceará, Cid Gomes, como o novo ministro da Educação, em substituição a José Henrique Paim Fernandes.

O anúncio põe fim a quase dois meses de especulações e revela o futuro do homem que governou o Ceará nos últimos oito anos: Cid Gomes deixa o Palácio da Abolição e segue para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), em outubro deste ano, o nome do cearense figurou entre os mais cotados para a pasta. Apesar disso, Cid manteve a discrição e sustentou, até o último momento, os planos de morar nos Estados Unidos para trabalhar como consultor no Banco Interamericano de Desenvolvimento após entregar o comando do Executivo estadual ao sucessor e apadrinhado Camilo Santana (PT). Em entrevista recente, o governador havia confirmado a data de sua ida a Washington, D.C.: 13 de janeiro de 2015, dois dias após o nascimento de seu filho, previsto para o dia 10.

O Ministério da Educação (MEC) está, há doze anos, sob o comando de petistas. A indicação de Cid encontrou resistência de alguns membros do partido que não queriam abrir mão do controle da pasta, cujo orçamento é de cerca de R$ 100 bilhões.

A relação entre Dilma e Cid estreitou-se, ainda mais, quando o governador se desincompatibilizou de seu antigo partido, o PSB – então presidido por Eduardo Campos–, para não abandonar a base de apoio da petista. A lealdade de Cid foi confirmada no último pleito, quando o governador trabalhou na reeleição de Dilma e escolheu um petista para apoiar na corrida pelo Abolição.

Além da lealdade, o governador também possui notabilidade na área que comandará, outro critério adotado por Dilma. O bem-sucedido Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), criado pelo Governo do Estado do Ceará, inspirou o Governo Federal na criação de um programa nacional de ensino, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Além disso, a cidade de Sobral, berço dos irmãos Ferreira Gomes, é vista como um caso de sucesso na implantação de políticas educacionais no País, registrando bons índices.

Em contrapartida, o tratamento destinado aos professores do Estado em greve durante o governo de Cid sempre foi alvo de críticas. Em 2011, o confronto entre professores da rede estadual de ensino e policiais do Batalhão de Choque, na Assembleia Legislativa, ganhou destaque nacional. Três professores que faziam greve de fome afirmam que teriam sido agredidos por policiais.

Mais recentemente, a afirmação de Cid Gomes de que o professor de escola pública deveria trabalhar por amor, não por dinheiro, também foi fortemente criticada, principalmente por professores que, à época, estavam em greve pela aplicação do piso para os profissionais de nível médio, graduados e pós-graduados. “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado”, disse.

Cid Gomes contempla, ainda, mais dois requisitos importantes para Dilma: possui representatividade política e é um nome conhecido. Neste segundo mandato, a estratégia da presidente para dar visibilidade ao seu governo é a composição de um ministério formado por nomes conhecidos da sociedade. Os atuais ministros, em sua maioria, são técnicos e pessoas desconhecidas, o que passa a ideia de inércia de algumas pastas.

Outros nomes

Como estava previsto, além de Cid Gomes na Educação, a presidente Dilma Rousseff anunciou mais uma leva de novos ministros. Veja a lista completa, abaixo:

  • Aldo Rebelo (Ciência Tecnologia e Inovação)
  • Cid Gomes (Educação)
  • Edinho Araújo (Portos)
  • Eduardo Braga (Minas e Energia)
  • Eliseu Padilha (Aviação Civil)
  • George Hilton (Esporte)
  • Gilberto Kassab (Cidades)
  • Helder Barbalho (Pesca)
  • Jacques Wagner (Defesa)
  • Kátia Abreu (Agricultura)
  • Nilma Lino Gomes (Igualdade Racial)
  • Valdir Simão (Controladoria Geral da União)
  • Vinicius Lajes (Turismo)

Desde o final de novembro, já estavam confirmados os titulares da equipe econômica: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).

* Com informações da Folha de S.Paulo.

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