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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cachoeira é solto e deixa presídio após nove meses

O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que estava preso havia nove meses, deixou o presídio da Papuda, em Brasília, no fim da noite desta terça-feira, 20, após ter sido beneficiado por um alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

A juíza Ana Cláudia Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, revogou a prisão provisória imposta ao bicheiro a partir da Operação Saint Michel, que apurou tentativa de fraude a licitação no governo local. Mas, ao prolatar sentença na ação, o condenou a cinco anos de reclusão, em regime aberto, mais 50 dias multa (cerca de R$ 3 mil) pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência.
Cachoeira deve seguir para Goiânia, onde tem residência, para reencontrar os filhos. Segundo seu advogado, Nabor Bulhões, ele tem dois filhos, um de nove e outro de 12 anos, que não vê há nove meses, desde que entrou no presídio.

O caso Cachoeira

Conforme denúncia do Ministério Público, apresentada em maio à Justiça, Cachoeira e mais sete pessoas, entre elas os ex-diretores da Delta Construções Heraldo Puccini Neto e Cláudio Dias Abreu, se associaram para fraudar licitação para o serviço de bilhetagem eletrônica no Distrito Federal. O objetivo seria conseguir a contratação da empreiteira para operar o serviço, que poderia render R$ 60 milhões por mês, nas contas do grupo.

Um ex-servidor do Distrito Federal, Valdir dos Reis, com trânsito no Palácio do Buriti, foi contratado para facilitar os interesses da organização e corromper servidores do DFtrans, que gerencia o transporte no DF, e da Secretaria de Transportes. De acordo com Ministério Público, Cachoeira era o cabeça do esquema, tendo, inclusive, ordenado os pagamentos a Valdir.

A sentença, de 38 páginas, condena todos os réus pelos crimes de formação e tráfico de influência. Fora Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz, aliado do bicheiro, é o único apenado com o mesmo tempo no regime semiaberto, além de 10 dias multa (cerca de R$ 545). Os demais foram condenados ao regime aberto. Nos casos de Cláudio Abreu e Heraldo Puccini, a pena foi de três anos e seis meses, além de 10 dias multa.

Cachoeira é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investiga as relações dele com políticos e empresários. O relatório final da CPI deve ser apresentado nesta quarta, 21.


Redação O POVO Online

Com informações da Agência Brasil

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