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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Ardência e coceira são os principais sinais de alerta que antecedem o aparecimento de herpes, alerta infectologista do HSJ




A médica Lisandra Damasceno orienta sobre formas de contágio e tratamento da infecção

Vermelhidão, coceira e bolhas dolorosas ou úlceras na região da boca e das genitais. Estes são alguns sintomas de herpes, infecção causada por vírus que, apesar de comum, ainda desperta dúvidas. O Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), enfatiza os cuidados para evitar o contágio e o que fazer em caso de aparecimento da doença.

A médica Lisandra Damasceno, infectologista da unidade hospitalar, explica que o herpes causa uma infecção de pele crônica e recorrente. O vírus possui dois subtipos. O primeiro (HSV-1) é responsável pelo aparecimento de pequenas bolhas na face e ao redor da boca, enquanto o segundo (HSV-2) acomete principalmente as genitais, onde podem surgir pequenas feridas, coceira e dor.

Segundo a especialista, a infecção ocorre quando uma pessoa entra em contato direto ou indireto com as lesões na pele. “As pequenas bolhas que se formam possuem um líquido com grande quantidade de vírus. Quando elas se rompem, esse líquido pode contaminar a pele ou até mesmo os objetos como copos, talheres e utensílios domésticos”, detalha. Por isso, em caso de sintomas, é recomendado evitar o compartilhamento de itens pessoais e contato íntimo.
Exposição ao vírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 70% da população mundial foi exposta ao vírus do herpes. Lisandra Damasceno afirma que o contato com o micro-organismo causador da doença ocorre, geralmente, na infância, mas nem sempre os sinais da infecção surgem nesta fase da vida. De acordo com a infectologista, alguns fatores, em especial, colaboram para o aparecimento posterior de lesões.

“Algumas situações podem reativar o vírus na fase adulta e fazer com que as pessoas adoeçam. Por exemplo, baixa imunidade, estresse, período menstrual (no caso de mulheres) e exposição ao sol ou ao frio estão entre as causas”, pontua Damasceno.



A médica ressalta que é importante identificar quais condições desencadeiam a doença para evitá-las. “Geralmente, quem tem herpes sabe o que pode ‘acordar’ o vírus e desencadear as crises”, diz. Ardência e coceira são os principais sinais de alerta que antecedem o aparecimento da infecção na pele. Ao perceber estes sinais, é ideal procurar assistência médica para iniciar o tratamento, que inclui uso de medicação antiviral.

“O medicamento não cura a infecção, mas diminui o tempo de manifestação dos sintomas. Isso vai ajudar a pessoa a sair, de maneira mais rápida, do quadro de atividade da doença, principalmente se ela tiver muitas crises durante o ano”, orienta a médica.

Lisandra alerta, ainda, para a possibilidade de agravamento da herpes. “Quando as lesões são muito extensas, é possível que haja complicações nos locais, o que gera o risco de contaminação por outros agentes micro-organismos, como bactérias. Em pessoas com imunidade baixa, o vírus do herpes também pode migrar para o sistema nervoso central e causar meningites e outras infecções graves no cérebro”.

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