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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Onda de ataques no Ceará tem policial ferido e prefeitura incendiada


A Polícia Militar do Ceará registrou mais onze ataques na região metropolitana Fortaleza entre a noite de quinta-feira (3) e a madrugada de sexta (4). Em um deles, a sede da prefeitura de Maracanaú foi incendiada — a ação não deixou vítimas e o fogo foi controlado, mas ninguém foi preso. Na mesma cidade, uma agência da Caixa ficou destruída.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, onze pessoas, sendo sete adultos e quatro adolescentes, foram detidas em flagrante por envolvimento nas ações criminosas registradas desde quarta-feira. Pelo menos 40 ataques atribuídos a facções criminosas já foram confirmados.

Ao longo da noite e madrugada, os militares atenderam chamadas de ataques a tiros a agências bancárias e tentativas de incêndios por toda a capital, incluindo uma nova tentativa de explosão de viaduto.

O caso mais grave terminou com um suspeito morto e um policial baleado após troca de tiros em uma rodovia. De acordo com a Polícia Militar, a troca de tiros entre os criminosos e policiais ocorreu na CE-010, na região metropolitana da capital cearense. O grupo tentava destruir o fotossensor do radar de velocidade instalado na rodovia quando foi surpreendido pelos militares que patrulhavam a região.

Um dos suspeitos foi atingido e morreu no local. Um PM foi baleado na perna e socorrido — o estado de saúde dele é desconhecido. Os demais criminosos fugiram do local. A Polícia Militar apreendeu um revólver calibre 38. Por volta de meia-noite, agentes também localizaram explosivos embaixo de um viaduto no bairro Curió. O material foi removido pela PM, mas nenhum suspeito foi localizado.

A onda de crimes começou um dia depois de o titular da recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, dizer que não reconhecia facções no Estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação com essas organizações. Os grupos criminosos são os principais suspeitos de serem os autores dos ataques.

Na noite de quinta, ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinou que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) tomem as providências necessárias para auxiliar o Ceará no combate aos atos de violência. O ministro incluiu na medida a oferta de vagas no sistema penitenciário federal.

O governador Camilo Santana (PT) havia pedido o envio da Força Nacional de Segurança. Moro disse que ela só seria deslocada ao estado em caso de “deterioração” da segurança no estado. O ministro sugeriu que o governador forme um gabinete de crise, integrando as forças policiais federais e estaduais.

* Veja.

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